Maiêutica
alguém tem ouvidos calejados?audição árida,pedregosa, arenosa?ouvidos de penicoou o que entra por um, sai pelo outro?o que fica finca, faz história?alguém suporta o verniz de
alguém tem ouvidos calejados?audição árida,pedregosa, arenosa?ouvidos de penicoou o que entra por um, sai pelo outro?o que fica finca, faz história?alguém suporta o verniz de
a estática entre a agulhae o discoas vitrolasos tagarelase as panelas vazias o sulco do acetatoa acupunturao médico cegoe a dor nas costas deixei minhas
I fiz registros de Salamanca. fotografias analógicas. depois digitais. fiz registros de Salamanca. marcas de gordura de uma ementa de jantar. passos apagados após a
A infância moradora de rua pinta o rosto e usa sandálias de flor vermelha. A infância moradora de rua não mais come luz, brinca embaixo
eles foram encontrados nas paredes de uma cozinha antiga do tempo em que se usavam azulejos. em que o azul era um som de viola
em pensar que em 16 eles estavam lá. não havia acontecido ainda 17. voltar aos 17 no meu caso é voltar para as consequências que
Entro em Ana Cristina César às cegas. Ela cega. Entro em Ana Cristina César às pressas. Ela se apressa. Entro em Ana Cristina César letra
Uma paz interna, uma calma não tem o nome de junho. Uma fogueira, uma lâmpada, uma lanterna têm. Uma paz, uma calma se conquistam não
Proust, a fotografia de 30 anos atrás, a fantasia infantil de saber se a gente morre quem sofre, não são o meu em busca do
Duras as sementes que ficam nos dentes após o pão integral. Duras as penas da farinha branca quando em brancas nuvens passo sem ela. Duram
Não sai de casa, não sai da cabeça, não sai do teclado, não sai da tela, não sai do papel. Poema da manhã sem sair
Meu verbo não é conjugável.Ação tosca de tosquiarovelhas em frases.Pontuá-las ao vento.Desapropriá-las da maldade.Depilá-las, raspá-laslimpá-las, arrumá-las.Adubá-las ramagens.Meu verbo não é conjugável.Sou, mas não existo.Existo, mas