para ela
Cívico, desobedeço meus olhos
Nos santinhos do chão.
Ando por um domingo vazio, sem ela.
Dez da manhã como três da madrugada.
Cívico, obedeço minhas mãos
Num papel invisível, crível, credível.
Sento no domingo sem ela, vazio
De mim mesmo, de nós, de sentidos.
Meio dia como meia noite.
Tanto faz um, depois vem outro.
Cívico, leio Ratos e Homens, a Revolução
dos Bichos.
Olho para meus cachorros velhos, minhas
Mãos velhas, meus pés velhos, meu pau velho.
Olho, sobretudo para ela que odeia meus olhos
Nela.
Cívico, voto.
Vou ali e já volto.
Porque na tocaia grande disso tudo
O amor
É o dia de vê-la, inteira,
Beijá-la estrela na minha boca.
Foto de capa por Prostock-studio em Envato