menino menina no sofá
Curtume
Eduardo Sinkevisque

Quisera eu que o menino

Quisera eu que o menino desejasse minha velhice e me comesse a carne e me arrancasse o couro e me roesse os ossos. Quisera eu

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Curtume
Eduardo Sinkevisque

Insegurança alimentar

Saudade de Câmara Cascudo corta o toicinho defumado não o bacon, corta fina a couve, a cebola, o alho faz o refogado esquenta o feijão

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olhos amendoados
Curtume
Eduardo Sinkevisque

Explica

Me explica a origem de teus olhos o de onde esse amendoado se asiático e de que lado. Me explica teus pelos e carnes e

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pessoa em marte
Curtume
Eduardo Sinkevisque

Poema aos patrocinadores da Cultura

Escreva um texto antenadopara Ezra Pound nenhumbotar defeito. Atenda ao temae ao número de caracteres do edital. No Brasil do futuroapenas banqueiros sobrevivem.Eles se sentam

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Dente de leão ao vento
Curtume
Eduardo Sinkevisque

Em 1984 havia um cheiro,

Em 1984 havia um cheiro, um vento de abertura. Ouvia Velô de Caetano e via uma ditadura terminar. Em 1984 havia um quê de utopia.

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Coelho preso
Curtume
Eduardo Sinkevisque

Poema para Sírio Possenti

Linda a Páscoa ainda infectada de doentes, testados, não testados de positivos, de negativados. Linda a Páscoa de sintaxe canônica, de sintaxe estropiada, dos desvios,

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Samuel
Curtume
Eduardo Sinkevisque

Estou exausto de recomendações.

estou exausto de recomendações. vou morrer de desobediência. não suporto obedecer tanto e tanta gente. na mesa, um quilo de sal. falta-me com quem comê-lo.

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Curtume
Eduardo Sinkevisque

Náusea sem flor

o que pode um anotador entre outras coisas se não anotar? notar e anotar e fazer notar. o que pode um anotador entre outras coisas

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Iná Camargo Costa
Curtume
Eduardo Sinkevisque

Poema para Iná Camargo Costa

Iná falando de LêninIná falando de BrechtIná falando de MSTIná sempre falando da revolução.Iná para falar não precisade licença, não. Fotos: medium.com/@expressaopopular

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bandeira do Brasil
Curtume
Eduardo Sinkevisque

Um resumo razoável do Brasil

Um resumo razoável do Brasilseria o bolero, a dor de cotovelo,o coronelismo, as violências sempre. O patriarcalismo, a propriedade privada,o machismo. E os dependentes, agregados,

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Curtume
Eduardo Sinkevisque

Ela é a lágrima de rímel

Ela é a lágrima de rímelescorrida mentira afetoefeito vida, dita, sina.Ela é a lágrima da minaouro da mulher verdadeamada rima, amada ricaamada minha.Ela é a

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Curtume
Eduardo Sinkevisque

Poema do Início de Janeiro

Quem foi no funeral do Embaixador grego?Quem foi no funeral das pessoas chacinadasem Campinas?Quem foi no funeral dos presos de Manaus?Quem tinha ido no funeraldos

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