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Um dia

Certo dia eu finalmente consegui algo

Esse algo era meu, e passou a fazer parte de mim

Mas então você chegou, com muitas coisas para mim

Eu fiquei encantado com tudo isso, então deixei você chegar mais perto

Mas pouco a pouco você queria parte daquilo que lutei tanto para conseguir

Eu achei que com tudo o que você me deu eu deveria ceder ao menos um pouco daquilo

Eu cedi, mas não pareceu o bastante, você queria mais.

Eu percebi que apesar ao partilhar o meu algo, parte de mim também iria junto.

Mas isso não pareceu incomodar, pelo contrário.

Se eu estava disposto a ceder, você estava disposto a pegar.

Eu resisti, percebi que se eu te desse tudo, não restaria nada de mim

Isso não pareceu importar, entretanto.

E pouco a pouco eu fui cedendo até que nada mais restou

Foi aí e só aí que você percebeu que antes eu tinha uma completude.

Mas agora eu era apenas uma casca vazia.

Completamente oco, dependente, meu mundo agora estava em suas mãos.

Você ainda não sabe, mas vai enjoar e me descartar.

Assim termina a nossa a história.

 

Imagem de capa por Thiago Matos em Pexels

Uma resposta

  1. Gostei da expressão “completude” que para mim é o que equipara a relação homo da hetera! Muitas pessoas cedem a penetracao como se ela (a penetracao) não tivesse sua “saciedade” como necessidade fisiologica que, de fato é! E tudo, ao meu entender, deveria passar pelo enamorar! Certa vez, quando um colega decidiu conversar sobre a experiência que queria ter comigo e viemos a transar, ele próprio ficou “surpreso” com a naturalidade dos nossos corpos, sincronizados em complementação. Aí comentei que as paqueras até entre homens ou entre mulheres são uma espécie de aquecimento! A transa fluiu sem aquela “DR” de “até quando seria mantida a condição hetera” ou ” transar com mesmo gênero se for quem penetra”! Essa semana “alisou o ego” quando o vizinho percebeu um “marido” bem “amistoso” comigo ainda que ele e a esposa buscassem o filho na aula de inglês! Como mora no 4. andar usou uma caneta mais “selecta” para jogar, sinalizando que presenciou “a cena”! Mesmo assim, relutante em “se abrir” comigo!

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