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Quando o Trabalho é uma Missão de Vida

Quando o Trabalho é uma Missão de Vida

“Quando trabalhamos no que gostamos, todo dia é um dia bom.”

Essa com certeza foi a frase que mais ouvi quando me inseri no mercado de trabalho, e por muitas vezes me perguntei se eu não gostava de trabalhar, afinal de contas nenhum dia tinha sido bom (ainda hoje sonho com a profissão de herdeiro).

Um dia comecei a trabalhar com jovens e crianças em descumprimento com a lei, e encontrei ali uma verdadeira paixão. Trabalhar com esses jovens fez com que eu tivesse outra visão de mundo, perceber que a violência tem camadas muito mais profundas do que as visitadas pela televisão e jornais, me envolvi com as famílias, inclusive quebrando alguns protocolos técnicos, mas sem deixar com que meu serviço tivesse qualidade, afinal de contas construir vínculos e não se envolver com as famílias é totalmente improvável.

A partir desse ponto, comecei a trabalhar de fato com sorriso no rosto, fones de ouvido sempre no caminho do trabalho e comecei a concordar com essa frase. O fato é que nove anos depois fazendo o que gosto me dei de cara com um sentimento que até então estava fora da minha realidade: a desesperança!

Sim, encontrei a desesperança na minha jornada, uma sensação de impotência que na grande maioria das vezes nem era por minha culpa, começava com a falta de materiais simples para executar um trabalho manual, materiais esse que quando chegavam era com atraso e nunca dava para um mês inteiro. Comecei a perceber que outros funcionários tiravam dinheiro do bolso para conseguir fazer as atividades, como discordava da situação, comecei a não depender de materiais, reciclando tudo que pudesse.

Quando fui transferido para outra unidade dei de cara com um prédio precisando de reformas, Lâmpadas queimadas, salas sem ventiladores, conflitos territoriais que impediam crianças de chegar até a unidade, todos esse conflitos e negligências foram me dando essa sensação de abandono e desesperança, como se todo meu trabalho não fosse surtir efeitos na vida dessas pessoas, e isso me fez questionar quantas pessoas trabalham no que gostam e batem de frente com esses sentimentos de impotência, isso de fato acontece com todos?

O que seria a desesperança para o gari, e para o escritor? A desesperança de um CEO de uma empresa é parecida com a de um trabalhador da assistência social do interior do Ceara?

Bem, fui atrás de conversar com amigos de algumas profissões e através de seus relatos percebi que em algum momento todos nós já fomos invadidos por esses sentimentos, aparentemente essa desesperança chega para todos em algum momento, nos fazendo crer que tudo o que fazemos talvez não faça sentido, mas quero saber de você, caro leitor, já teve esse sentimento de desesperança? Como fazemos para mudar essa situação?

Por enquanto é isso que tenho a dizer, até a próxima!

4 respostas

  1. Lendo e me vendo. E os questionamentos que fiz ao longo da vida, será que o trabalho é em vão? Muitas vezes é.. porém: É muito bom fazer o que gosta.
    Mas faz parte da árdua vida de adulto os percalços e desafios de das profissões. E diante disso nos fortalecemos mais.
    Mas ainda vale a pena trabalhar com sorriso no rosto.

    1. Genete, quando o trabalho é uma missão de vida o desafioda desesperança parece ser um dos maiores vilões, mas vamos continuando com a nossa missão.

  2. Não deixe a desesperança invadir sua criatividade e sua positividade, conseguindo isso sempre acharemos caminhos para continuar, não é fácil, mais afinal não tem facilidade na vida….. quando tá tudo calmo, aparece um obstáculo e assim vamos nos superando e nos tornando pessoas melhores e sempre com FÉ!! A fé não costuma falhar. Bjs

    1. Vanda, obrigado pelas palavras! Nem sempre éfácil,mas vamos seguindo e tentando não perder a fé!

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