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Quando a cabeça está longe

“Augusto na Praia” apresenta um homem que caminha na praia. Seria tudo normal se ele não estivesse usando terno e gravata. Cansado, encontra uma casa, senta, descansa. Uma mulher sai de dentro da casa. Trocam carícias e fazem amor. Sai da casa e senta na areia da praia e surge outra mulher.

Até esse momento, a trama é confusa, tanto pela situação quanto pela ausência de diálogos. Quem é ele? Quem é ela? Quem é a outra? Que praia é aquela?

Se você ainda não assistiu “Augusto na Praia”, a minha sugestão é assistir ao filme e continuar a leitura alguns minutinhos depois, porque vai ter spoiler.

“Augusto na Praia” é um filme enigmático e curioso. Tudo é muito estranho até o ponto de virada que revela quem é Augusto e o que ele faz naquela praia. 

Augusto pode ser eu ou você. Pode ser qualquer pessoa que precise desacelerar e se distanciar do barulho, do trabalho, do caos urbano e que afeta o psicológico, muitas vezes nos jogando num caos mental.

Sim. Trabalhar é preciso. Nem todos nascemos em berço de ouro, onde podemos viver sem trabalhar e frequentar praias em qualquer horário e dia da semana.

O interessante do curta é que embarcamos na história do Augusto. Ok, ele é um homem que, sabe-se lá o porquê, está de terno e gravata na praia. Encontra uma casa e uma mulher. Beleza! Senta na areia e aparece outra mulher. Bom. Tudo bem. Muita gente já enxerga poliamor com muito mais naturalidade do que em décadas atrás. Vem então um grande soco no estômago do espectador.

Augusto sai de seu sonho e volta para a realidade. Aquela realidade barulhenta, apressada, sem vida. Sem tempo para sexo? Talvez. Pode nem ser tempo em horas, mas, com a cabeça cheia de problemas, o sexo pode vir a ficar comprometido. Quantos problemas Augusto tem? Ele tem dívidas? Ele tem problemas no trabalho? Ele tem esposa e filhos?

A gente pode especular sobre quem é Augusto e quem são aquelas mulheres. Fato é que Augusto precisa ir à praia. Augusto precisa se desligar de tudo aquilo por uns tempos. Se não precisasse, não estaria no meio da rua, sonhando acordado com uma praia, uma mulher, e o sexo.

“Augusto na Praia” tem uma produção bastante caprichada. Ele tem aspectos técnicos muito interessantes, como fotografia, trilha sonora, montagem e arte. 

Não precisa ser numa praia. Mas quando tiver um tempinho, dedique ele pra você. Às vezes, precisamos desacelerar e descansar um pouco.

 

FICHA TÉCNICA

Direção: Rafael Eiras

Argumento e roteiro: Rafael Eiras e Renata Corrêa

Gênero: Drama

País: Brasil

Duração: 7 minutos

Uma resposta

  1. Em Parapsicologia usamos a técnica “projeção” como visualizar o pós evento como o Vestibular ou o Concurso, que faz com que a ansiedade até a prova, esteja sob controle. Claro, vai muito da concentração que colocarmos na Meditação. Dizem os Místicos que Energia é Energia: o aspecto negativo ou positivo, vai depender de como a usamos! Algo como paquerar ou rivalizar, onde uma paquera pode anular uma rivalidade! Na produção turca, no Brasil, apresentada como Um Milagre, inspirada em The Good Doctor, um dos Cirurgiões, se prevalecendo da beleza e altura, namora a Presidente e Dona do Hospital, ela “aceita-o” como Homem (namoram), mas ao perceber ele se prevalecer do namoro, em decisões profissionais, ela “lembra” que estão em lados opostos nas reuniões: ela zela pelo hospital ser de “referência” e ele em se destacar na Medicina, Independente do Hospital ser dela! Moral da História: Controle de tudo é dela, estando no “lugar” que muitas pessoas queriam estar (referente a cama), mas daí fazer tudo que ele pedir a favor apenas do sucesso dele, Não! Quantos (as) colegas já tive e “troquei” a ira que buscaram me despertar, justamente pelo “sonho” que poderiam ser! No cotidiano prevalecia o “social”! É desafiador fazer a separação do lado sexual em relação ao conviver, mas com certeza ganhamos a oportunidade de decidir o futuro que se quer!

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