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Presepadas de final de ano

Presepadas de Final de ano

Não sei com vocês, mas todo ano acontece alguma coisa nas festas de final de ano da minha família. Por volta dos meus quatorze anos, minha mãe ganhou um leitão da vizinha (aqueles com a maça na boca), achei aquilo péssimo. Fiquei traumatizada e fiz um escândalo – disse para ela: eu ou o leitão e minha mãe foi rapidamente devolvê-lo para a vizinha (até hoje ela ri dessa história).

Certa vez resolvi ajudar minha sogra a decorar o peru com frutas frescas caramelizadas. Prendemos todas as frutas em volta do assado com palitos de dente, acredito que o palito tenha amolecido um pouco em contato com a alta temperatura. Mesa posta e ceia liberada. Óbvio que havia esquecido dos palitos e quando percebi já estava entalada com metade dele na garganta. Pensa no desespero dessa pessoa que não consegue engolir comprimidos grandes?! Foi um show de horror! Os minutos mais desesperadores da minha vida. Eu só pensava que não poderia morrer na noite de Natal (risos).

Levantei da mesa com os olhos arregalados e corri para o banheiro. De repente vi uma família inteira dentro do banheiro tentando me acalmar. A quantidade de pão e água que tomei naquele dia já estava alimentada para uns cinco dias (risos). Se ele saiu não sei, mas fiquei uma semana sentindo aquele palito assassino na “guéla”. Ana Carolina canta “minha garganta arranha”, mas duvido que ela saiba o que é uma garganta arranhada de verdade.

Em alguma virada do ano, desci com minhas sobrinhas e algumas crianças do condomínio dos meus pais para assistirmos à queima de fogos. Uma das crianças pediu para que acendesse um busca-pé que a mesma estava segurando. Fui até a esquina para ter uma distância segura e acendi. Ao me virar para correr, tropecei num paralelepípedo que estava levantado e dei dois saltos duplos carpados no ar e caí.

Quando caímos inesperadamente perdemos os sentidos por alguns segundos. Olhei para a esquina e pensei que tivesse morrido pela quantidade de pessoas vestidas de branco com cara de espanto. Cheguei em casa machucada e rasgada. Claro que a minha família colocou a culpa na bebida (risos). Ela é sempre a culpada na maioria das vezes!

Ano passado, me propus levar uma sobremesa e a farofa. Fiz meu pudim de café que particularmente todos amam e caprichei na farofa. Parecia um dia normal, até que começou a garoar. Tive a infeliz ideia em usar um sapato estiloso (feito à mão) e descer até a entrada do prédio ao invés de esperar o carro na carga e descarga debaixo da cobertura – resultado: caí feio com as duas pernas para frente, sem chance de fazer absolutamente nada devido à rapidez do nocaute. Perdi literalmente o chão.

Só consegui salvar a minha cabeça e a farofa (que não caiu da minha mão por sorte), mas o pudim saiu voando literalmente. Eu não sabia se chorava de dor ou se ria com a cena daquela palhaçada toda. Resolvi chorar e rir ao mesmo tempo. O pudim chegou meio bagunçado, todos comemos sem questionar. Claro, estava toda roxa e suja por ter caído no chão úmido. Quem ousaria falar algo?!

Este ano, como ficarei em casa, acho que corro menos riscos de acontecer alguma presepada. Sem contar na bronca que tenho com a música “Então é Natal” da Simone, principalmente quando ela fala: Então é Natal, o que você fez?! Nem te conto Simone, nem te conto…

Feliz Natal e até o próximo tombo!

Por Daniela Houck
para sua coluna Café com Respeito!

Foto de cottonbro no Pexels

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