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Para todas as mulheres do mundo

Considerada símbolo da revolução feminina na década de sessenta, Leila Diniz foi defensora do amor livre e do prazer sexual feminino. Chocou a sociedade na época com as seguintes declarações num jornal: “Transo de manhã, de tarde e de noite” e “Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para a cama com outra. Já aconteceu comigo”. E não parou por aí, Leila quebrou tabu quando apareceu grávida de biquíni na praia.

Ousada, corajosa e revolucionária, Simone de Beauvoir escreveu o brilhantemente genial “O Segundo Sexo”. No Brasil, publicado em dois volumes, o livro traz considerações sobre o corpo feminino. Ela elucida que toda existência humana é definida por sua localização, a corporeidade da mulher e os significados sociais que carregamos. A obra analisa também a posição das mulheres nas esferas sexuais, psicológica, social, política e faz uma reflexão sobre mitos e fatos que as condicionam na sociedade. Detalhe importante – o livro foi lançado em 1949.

Milhares de mulheres foram silenciadas no quesito sexual e muitas infelizmente ainda são. Não quero polemizar e muito menos problematizar, mas nós mulheres sentimos tesão sim. Precisamos normalizar o fato de que existem mulheres que curtem sexo selvagem, produtos eróticos, fetiches, fantasias sexuais, filmes pornôs e/ou sexo casual. Não vejo problema algum nessas questões, só não acho legal se esconder, fingir ou assumir um papel que você não curte somente para agradar o outro. Cabe a nós sabermos escolher com quem dividir esses desejos.

No meu texto “Vamos nos permitir” falo um pouco sobre o tabu do orgasmo e da masturbação feminina. Por quê não?! Cresci escutando os Menudos dizerem para não nos reprimirmos e foi exatamente o que eu fiz ao longo desses quarenta e tantos anos.

Virgínia Woolf, outro fenômeno importante para o feminismo, retratou assuntos sobre a figura feminina, as dificuldades que as mulheres enfrentavam pela situação econômica desproporcional aos homens, as restrições que eram feitas às mulheres no período vitoriano, entre dezenas de pontos pertinentes.

Virginia casou-se com o historiador Leonard Woolf, mas teve uma relação amorosa intensa com a poetisa Vita Sackville-West. Na época, ambas tinham casamentos heterossexuais e Vita foi inspiração para a sua obra “Orlando” (1928). Os relatos dessa paixão estão datados em diversas cartas documentadas no livro The 50 Greatest Love Letters of All Time.

Claro que não posso deixar de mencionar Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, a “musa” dos modernistas. Recheada de romances no seu “currículo” com solteiros, famosos, anônimos e casados. Pagu teve um romance secreto e engravidou de Oswald de Andrade enquanto ele ainda era casado com Tarsila do Amaral. Pensa num escândalo que abalou a década de trinta?! E não parou por aí! Casou com ele grávida de seis meses, desquitou e foi morar sozinha com o filho do casal (situações inaceitáveis para a época).

Quantas mulheres revolucionaram, foram presas, queimaram sutiãs, amaram, viveram intensamente suas paixões e seus prazeres?! Quer transar de manhã, de tarde e de noite?! Transe mesmo e com vontade! Rita Lee tem razão, no fundo, toda mulher quer ser amada e toda mulher é ou deveria ser meio Leila Diniz.

4 respostas

  1. Ameiiii bem esclarecido, direcionado e sempre inovador frisarmosos direitos iguais entre as mulheres.

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