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A Saga Pânico está de volta, mas vale a pena?

Uma das sagas mais longevas e divertida do cinema está de volta, Pânico, do original Scream, retorna aos cinemas para mais um capítulo de matanças, metalinguagem e perseguições em sua sexta continuação, mas será que vale a pena revisitar os outros capítulos da saga para ver esse novo filme? Ou melhor, será que essa saga realmente é boa a ponto de ser tidas por muito do público do terror como uma saga sem filmes de fato ruins? Nesse post é isso que irei fazer, destrinchar toda a saga com um ranking começando por aquele que considero o menos legal para o melhor. Adianto que o texto a seguir pode conter vários spoilers, então estão avisados.

Pânico 3 (Scream 3 – Diretor: Wes Craven – 04/02/2000)

Pânico 3 não é o filme da saga que figura em muitas listas de favoritos dentre os fãs da saga, pelo contrário, esse é provavelmente o filme da saga que mais divide opiniões, mas acredito que esse filme não seja ruim, ele só tem um problema de expectativas e narrativas que se chocam. No filme Sidney Prescott vive isolada da sociedade, mas é arrastada novamente para uma onda de mortes quando o assassino Ghostface deixa fotos de sua mãe a cada assassinato cometido, tudo isso se passa enquanto estão filmando o terceiro filme da saga “Facada” baseada nos crimes ocorridos com ela.

Em Pânico 3 temos duas tramas que se diferenciam muito, uma delas é a de Sidney que tem todo um arco dramático com o passado de sua mãe voltando para atormentá-la quando ela só quer viver de forma sossegada, de outro temos Gale, Dwight e a atriz que interpreta Gale em “Facada 3” Jennifer que entre trapalhadas e confusões conduzem uma investigação paralela a da polícia. Acredito que as ambientação das duas tramas são interessantes, mas em um mesmo filme elas criam em mim um clima de estranheza muito forte, o que me faz gostar menos desse filme, mas ainda gosto bastante e a cada revisitada que dou nele, ele cresce um pouco mais em meu coração.

Pânico (Scream – Diretores: Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett – 13/01/2022)

Pânico 2022 ou Pânico 5 marca o recomeço para a franquia que agora não tem como foco principal Sidney Prescott, mas sim Samantha Carpenter. Sam, como é chamada por seus amigos próximos, é uma jovem que nasceu em Woodsboro, mas que se mudou por uma relação conturbada com seus pais, mas retorna até a cidade quando sua irmã Tara é atacada por um assassino mascarado. Agora ela vai descobrir que suas ligações familiares podem ser a chave para a descoberta desse assassino. O primeiro filme da franquia que não tem Wes Craven como diretor, ele faleceu em 2015, preocupava os fãs se esse seria um filme que estaria a altura do projeto, mas para a nossa surpresa não só estava como foi extremamente divertido.

Destaco entre os pontos positivos a evolução de Sidney e Gale que saíram de inexperientes vítimas para pessoas de saco cheio com essa palhaçada de assassinato. As novas personagens também são muito bem estabelecidas, principalmente nossa nova principal Samantha, mas acredito que algumas atuações não tão boas acabam me tirando um pouco do filme. Porém isso não torna Pânico 2022 menos divertido, pelo contrário, o filme tem ótimos momentos principalmente quando faz suas revisitações ao primeiro como a sobrinha de Randy passando praticamente pelo que o tio passou no primeiro filme.

Pânico VI (Scream VI – Diretores: Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett – 09/03/2022)

Chegamos agora ao capítulo mais recente da saga. O sexto capitulo da saga estreia hoje oficialmente nas salas de cinemas, mas eu pude conferir em uma pré estreia no dia anterior e o que posso dizer é que é um filme muito divertido e satisfatório. Agora passado em Nova York, o filme segue as irmãs Tara e Sam Carpenter enquanto tentam retomar sua vida. Enquanto Tara ignora completamente o que lhe ocorreu em Woodsboro, Sam não consegue seguir em frente principalmente por perceber que seu instinto violento ainda está lá. Mas como nem tudo são flores uma nova onda de assassinato está prestes a começar e tudo se conecta a Sam e seu pai.

Pânico VI tem primeiramente uma grande melhora em suas atuações. Todos que voltaram do filme passado estão bem mais confortáveis em seus personagens e mais carismáticos, mesmo Tara que tem um arco um tanto quanto chata. A violência gráfica também aumentou e a própria figura do Ghostface que tinha um quê cômico nos outros filmes, nesse é violento e uma figura mais ameaçadora do que nos outros filmes. A proposta do filme é mais e maior, e com certeza nesse sentido ele conseguiu sucesso em ambos os tópicos, ele é mais violento que o normal e ele tem uma contagem de corpos maior do que os outros.

Pânico 4 (Scream 4 – Diretor: Wes Craven – 15/04/2011)

15 anos após os assassinatos de Woodsboro, Sidney retorna a cidade para a promoção de seu livro, mas sua paz não irá durar, uma nova sequência de mortes começa e cabe a ela novamente descobrir quem está por trás da máscara de Ghostface. Pânico 4 é o último dirigido pelo diretor original da saga e tira aquele gosto um pouco amargo deixado por Pânico 3. Foi inclusive até o ano passado o capítulo de fechamento da saga e tinha sido um ótimo final. Nesse filme o desenvolvimento de Sidney é notório e se antes ela era sempre a vítima potencial, agora temos alguém que não fica passiva diante dos assassinatos e está sempre confrontando o assassino. Os novos personagens são bons em especial Kirby Reed (Que retorna no último lançado) e Charlie Walker, o estranho cinéfilo que gosta de Kirby.

Em segundo lugar temos ele, uma das melhores continuações do terror e por algum tempo meu filme favorito da saga. Pânico 2 se passa um ano após os acontecimentos do primeiro filme e enquanto Sidney tenta levar uma vida normal na universidade, Ghostface ataca novamente. A sequência é sucesso de público e crítica e não é à toa, existe um pouco mais de brutalidade e a auto consciência que o filme exibe é magistral. Ele tem piadas ácidas e comentários pertinentes como o feito pelo personagem de Jada Pinkett Smith sobre como pessoas negras são tratadas em filmes slashers.

A morte de Randy é provavelmente o ponto máximo do filme e quando ocorre nos mostra que nenhum dos personagens está de fato a salvo, o que nos coloca temerosos por aqueles que já gostamos e por aqueles que acabamos de conhecer. A sequência em que Sidney interpreta a tragédia Cassandra é uma das que mais gosto dentro da franquia e toda a sequência final tem um bom misto de humor e terror, nos deixando tensos e nos aliviando no final.

No começo dos anos 70 o gênero que hoje conhecemos como slasher começava a dar seus primeiros passos em filmes como “O Massacre da Serra Elétrica” e teve seu nascimento cravado no fim da década como o lançamento de “Halloween”. O que tivemos nos anos 80 foi uma leva de filmes que impulsionados pelo sucesso de Halloween passaram a tentar pegar seu lugar ao sol com a formula similar. Dentre os destaques tivemos “A hora do Pesadelo” criado por Wes Craven que, assim como o gênero em si, sofreu com a saturação de várias continuações de caráter duvidoso.

Foi então que nasceu “O Novo Pesadelo – O retorno de Freddy” que trazia seu realizador de volta para franquia em um filme em que fantasia e realidade se encontram quando a intérprete de Nancy Thompson, a personagem principal do primeiro filme “A Hora do Pesadelo” é atacada no mundo real por Freddy Krueger.

Você agora se pergunta, por que estou falando tudo isso? O motivo é simples, acredito que Pânico começou seus passos com esse filme que carrega bastante do humor e da metalinguagem que vai está presente em todos os filmes da saga, mas principalmente nesse primeiro.

Imagine, você tem na capa de um filme de terror nada mais nada menos que Drew Barrymore, que nos anos 90 era uma atriz super conhecida, o que você pensa inicialmente é que ela irá até o final como a atriz principal do filme, mas o filme subverte completamente suas expectativas e ela morre na primeira cena.

Pânico já começa impactante, a partir dai é que vamos conhecer a verdadeira protagonista, Sidney Prescott e seus amigos. Com diálogos certeiros, atuações excelentes, Pânico trás uma auto consciência e um humor em sua história, mas sem deixar o terror e a tensão para trás em momento algum. Carregado de boas referências que são todas colocadas perfeitamente em seu decorrer, mas ainda contando uma história por si só, esse é o filme que nos trás pela primeira vez Ghostface, que ao contrário de uma grande leva dos assassinos slasher, não é invencível e incrivelmente forte. Nossa final girl também subverte as expectativas, lutando pela sua vida e o tempo todo tentando superar o seu atacante em todos os confrontos que temos. Não atoa esse filme trouxe um novo frescor ao gênero slasher que perdurou até os anos 2000 quando tivemos o inicio da leva de remakes sombrios, mas essa história fica para um outro texto.

A saga por si só eu recomendo todos os filmes em ordem, e caso vejam comente aqui comigo para eu saber não só o que acharam, mas também, e mais importante…


Qual o seu filme de terror favorito?

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