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O olho ouve…

O olho ouve
O ouvido vê
O abraço acolhe
A lágrima é quente
O tempo é tátil
O dia é cálido
A noite orvalha
O sonho é vão
A boca pede
A língua dá
O esperma esguicha
O suor molha
A unha arranha
O riso é áureo
A dor perfura
O sangue é rubro
A sede corrói
A fome mata
A solidão trespassa
A noite é negra
As estrelas brilham
A esperança cala
A morte é fria
A vida aquece
A paixão arde
O amor esquenta
A alma alcança
O homem sente
O existir é breve
Sinestesie!

.

Foto de capa por Ashutosh Sonwani no Pexels

Uma resposta

  1. Gostei das imagens sem muitos rodeios e da assonância. Poesia é livre, toca cada um como puder, como o leitor também quer. Mas curto poesia sinestésica: visual, sonora, tátil como essa. Bons poemas a gente reconhece pela arte demandada para escrevê-los.

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