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Minutos de agonia

ansiedade

Sentir ansiedade antes de apresentações, reuniões, encontros, provas importantes, esportes competitivos são normais e acontecem em vários momentos de nossas vidas. Noivos antes de uma cerimônia de casamento sentem ansiedade, muitos até desmaiam assim que entram na igreja (inclusive já presenciei).

Tive algumas pequenas crises de ansiedade após os quarenta anos, numa festa, trabalhando, jantando com amigos num restaurante e escutando música. Sim, uma música que estava ouvindo me desencadeou uma crise dia desses. Desliguei. Passou. Ufa!

A ansiedade misturada com pressão baixa e falta de alimentação adequada ou hidratação te faz encontrar o chão em minutos. Nunca aconteceu comigo, mas já aconteceu com amigos. Tenho amigos que quando estão em crise até vomitam, outros saem correndo (literalmente). Percebi que as minhas crises eram leves, depois que ouvi relatos de crises muito sérias.

A palavra ansiedade deriva do termo grego ansheim que significa estrangular, oprimir, sufocar. Segundo o filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard, a ansiedade é um desejo daquilo que tememos, um temor daquilo que desejamos, uma antipatia-simpática. É um poder estranho que agarra o indivíduo sem que ele possa desvencilhar-se. Mas esse medo é também um desejo.

Só quem sente ou já passou por isso sabe a angustia que a ansiedade gera, são minutos que parecem intermináveis e toda preocupação excessiva gera ansiedade: uma mensagem não respondida, uma resposta demorada, uma conversa adiada, um plano prorrogado – a espera. Parece que o relógio para no tempo, o corpo flutua, mas a cabeça já está em outra dimensão.

O coração do ansioso vive como um vulcão em erupção, qualquer coisa pode desencadear uma crise. Quase tudo são gatilhos emocionais. O ansioso generalizado vive com medo interminável das coisas não darem certo ou demorarem demais. O principal vilão é o MEDO.

O coração acelera, o suor escorre, a mão treme, a perna bambeia, a visão fica turva e a garganta fecha. São minutos intermináveis que parecem horas. Ninguém está imune a uma crise de ansiedade, pode acontecer em qualquer idade e em qualquer momento da vida. Imagina, eu extremamente calma e tranquila tive a primeira crise de ansiedade forte no final do ano passado. Nunca havia tido antes. Mas como tive síndrome do pânico na adolescência, soube bem identificar e saber a diferença. Aliás, escrevi um texto contando a minha história com pânico no texto “Síndrome do pânico ou pânico da síndrome?!”.

Muitos não sabem como ajudar num momento de crise, só digo uma coisa: tente acalmar o (a) ansioso (a). Procure levá-lo (a) para um local bastante arejado, desaperte roupas, ofereça água fresca, abrace, converse, o (a) acalme. Isso é fundamental. Meditação, exercícios de respiração, florais e contato com a natureza ajudam muito nesse processo de cura.

Você já teve ansiedade generalizada?! Conhece alguém que teve?! Não é fácil, mas a gente sobrevive! Não deixe ELA te dominar! O importante é pausar e respirar.

RESPIRE!

Por Daniela Houck,
para sua coluna Café com Respeito!

Foto de Elina Krima no Pexels

2 respostas

  1. Daniela, que bom que vc tocou em um tema tão antigo, quanto atual. Ansiedade é um mal que só aumenta com a modernização do mundo. A busca da pessoa humana em responder todas as solicitações de si mesmas, provocadas pelo meio onde ela está inseridas é uma das principais fontes, deste mal estar da civilização, para não se esquecer de Freud. Criar mecanismos para redução da ansiedade patológica é um dos nossos desafios para um .viver melhor. Parabéns minha linda pelo belo texto.

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