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Mesa de bar

Você já parou para imaginar todas as histórias que uma mesa de bar teria para contar se ela pudesse?! Risadas, lágrimas, promessas, sonhos, planos, traições, paixões, amores, desentendimentos, arrependimentos, conquistas, declarações de amor e “algumas restrições”.

Uma vez li sobre um rapaz que era freqüentador assíduo de bares e tinha acabado de descobrir a diabetes. No texto dizia que naquele momento a vida boêmia dele não fazia o menor sentido. Ele não se via mais na roda de amigos bebendo e/ ou comendo coisas que ele não poderia mais. Essa história me comoveu na época, porque dizia que a vida dele tinha acabado no exato momento daquele diagnóstico. Disse que havia morrido por dentro, só o corpo continuava vivo. Ele confessou que nunca se importou com a saúde e teve que pagar o preço.

Para muitos pode parecer exagero, mas existem coisas que perdem o sentido em determinados momentos. Vi pessoas com câncer curtindo a vida e pessoas com uma espinha no rosto escondidas dentro de casa por vergonha. Não adianta, cada um reage de um jeito. Não nascemos com manual de instruções.

Há poucos anos minha mãe descobriu ser intolerante ao glúten e a lactose. Sinto que ela perdeu a vontade de algumas coisas também – como frequentar alguns lugares. Sei como é difícil encontrar espaços onde tenham coisas que ela possa comer sem medo. Existem, mas ainda é uma minoria que oferece produtos de qualidade e sem perigo de contaminação cruzada. Qual o prazer de sentar-se num restaurante e não poder consumir nada?!

Fiz reeducação alimentar por dez anos e também não encontrava locais que ofereciam alimentos INTEGRAIS. Parece mentira, mas era um sufoco para comer um simples misto quente num pão integral, raríssimos lugares tinham. Nos restaurantes ou lanchonetes, minha opção era sempre a mesma – uma fatia grossa de queijo fresco quente com peito de peru e orégano. Hoje, as coisas estão muito melhores! Agora encontramos uma infinidade de produtos diversificados para diabéticos, celíacos, veganos, intolerantes e com restrições alimentares em lojas, restaurantes, conveniências, padarias e bares.

Nunca acreditei em dietas restritivas, milagrosas, rápidas e/ou produtos mágicos. Meu foco era apenas preservar minha saúde e envelhecer bem. Nunca tive problemas de saúde, mas estava muito acima do meu peso ideal e um belo dia resolvi mudar.

Você já ouviu falar sobre a Teoria dos 21 dias?!

Ela foi criada na década de sessenta pelo cirurgião plástico Maxwell Maltz, que pode observar através dos seus pacientes que levavam 21 dias para assimilar os benefícios e mudanças de procedimentos cirúrgicos. Sendo assim, chegou à conclusão que o cérebro precisa exatamente deste período para adquirir um novo hábito ou tarefa com menos esforço. Para isso é necessário fazer algo por 21 dias ininterruptos – leitura, exercícios físicos, deixar de fumar, estudar, praticar uma nova atividade… A ideia é que se faça algo repetidamente até que se torne automático.

Temos que ter em mente que tudo é um processo e todo processo leva tempo. O importante é manter o foco e força de vontade para alcançar nossos objetivos. Eu levei dez anos para alcançar meu objetivo e não me arrependo nenhum minuto. Optei apenas pela reeducação alimentar, dou preferência para alimentos saudáveis e naturais. Confesso que não foi fácil no início, principalmente ter que abrir mão por um determinado tempo do pão francês quentinho com mortadela frita e queijo acompanhado do refrigerante zero açúcar a base de cola (estou há quase três anos sem refrigerantes). Não sinto a menor falta do refri!

Sou totalmente contra a radicalização de qualquer espécie. Fiz apenas algumas substituições e de lá pra cá, vinte e quatro quilos desapareceram, sem dietas malucas, remédios ou cirurgias. Foi difícil, mas não impossível! Consegui dar um bug no meu efeito sanfona e ele foi sanfonar em algum lugar distante.

Depois que atingi meu objetivo, voltei a comer algumas coisas que havia deixado de lado. O segredo é compreender que a reeducação alimentar é para sempre, um estilo de vida. Claro que, às vezes, rola um junk food sim, por quê não?! Tomo suco verde de manhã e como meu sanduba de mortadela à tarde, porque tudo é uma questão de equilíbrio. Amo sobras de pizza no café da manhã! Quem nunca?!

Este texto não é para questionar o peso de ninguém, muito pelo contrário, que sejamos felizes com nossos corpos flácidos, gordos, magros, sarados. Quis compartilhar minha experiência e fica aqui um alerta para cuidarmos da nossa SAÚDE enquanto é tempo, independente de balança. Você é feliz com seu corpo?! Ele não afeta diretamente na sua saúde e qualidade de vida?! Ótimo! Que possamos ter o prazer de sentar em qualquer mesa de bar, sem proibições ou restrições.

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