Humanizar é a ação de tornar humano ou mais humana as relações dos próprios humanos, resgatar a benevolência, boa vontade, amabilidade nas relações. Os processos de humanização servem para instrumentalizar as pessoas com técnicas e métodos para solução pacífica de conflitos, fortalecimento de vínculos, estreitar a comunicação interna e manter um ambiente saudável e colaborativo de trabalho.
Ao contrário do que se pensa, os processos de humanização não constroem um “mundo colorido de amor e felicidade”, mesmo porque este conceito é imaginário, o que se pretende na realidade, é amenizar o impacto das pressões do dia a dia, melhorando o tempo de resposta e o desempenho profissional, profissionais humanizados em ambientes humanizados trabalham mais e melhor, diminuindo o stress que é inerente a alguns tipos de trabalho. A melhoria da qualidade de vida proporcionada pela humanização irá colaborar para manter a saúde física e mental.
O contraponto da humanização é a tecnocracia, ou seja, o conceito de que quanto mais se investe em tecnologia melhor para obter resultados e aumentar a produtividade, neste ponto muitas instituições preferem investir em melhorias tecnológicas e equipamentos para a automatização de processos, do que investir em pessoas, em processos que funcionam com linhas de produção, realmente a tecnologia é um fator decisivo, mas a humanização não é contraria ao investimento e avanço tecnológico, o que se muda é a visão. Para um tecnocrata, o humano deve trabalhar para a tecnologia e ser controlado por ela, para o humanista, a tecnologia deve servir ao humano que tem sobre ela o controle e uso racional.
Enquanto um tecnocrata se prende a métodos, regras, burocracias e fica muitas vezes refém de sistemas e de equipamentos, o humanista, tem domínio sobre os mesmos instrumentos, mas desenvolve um comportamento, com mais empatia e sororidade, buscando acolher as pessoas e suas demandas, e muitas vezes suas soluções transcendem apenas a resposta que seria dada por um tecnocrata.
Num exemplo bem simples, uma pessoa chega a um departamento e necessita de uma informação e o sistema está “fora do ar”, o tecnocrata avisa do “status” do sistema e remarca, as explicações são do tipo “o sistema está fora do ar” e “eu não posso fazer nada”, assim o tecnocrata busca apenas soluções técnicas ou racionais para os problemas, sem levar em conta aspectos humanos e sociais.
Já em um atendimento humanizado, não tem como fazer milagres, como fazer o sistema voltar a funcionar ou inventar a informação, entretanto, pode se ouvir a pessoa que solicitou a informação, saber da urgência, se a pessoa precisa de um atestado de comparecimento, e com esta postura descobre-se que a informação pedida pode até ser desnecessária, ou seja, o tecnocrata foca em solucionar o problema imediato, o humanista foca no problema a ser solucionado e seus desdobramentos, neste caso atendemos as expectativas da pessoa humana em ser acolhida respeitando seus aspectos humanos e sociais.
Comparativo entre Tecnocracia e Humanização:
| Tecnocrata | Humanista |
| Tecnologia | Pessoas |
| Lógica e Razão | Senso Crítico |
| Burocracia | Sensibilidade |
| Meritocracia | Equidade |
| Metas Numéricas | Resultados |
| Impessoal | Empatia |
| Prioridade | Bom senso |
| Individualidade | Sororidade |
| Rigidez | Flexibilidade |
| Fazer somente o necessário | Surpreender no atendimento |
| Produzir o previsto | Produzir além do previsto |
| Ação limitada pela tecnologia | Ação ilimitada pelas possibilidades humanas |
| Fica obsoleto na sociedade | Acompanha a sociedade |
| Estático | Dinâmico |
| Velocidade de Processamento | Velocidade de Resposta |
| Substituível | Único |
| Valor mensurável | Valor imensurável |
| Investimento Constante para evitar depreciação | Investimento Constante para aprimorar |
4 respostas
Meu Amigo, a humanidade está na base da nossa formação, mas acredito que quando entramos numa maquina racional, parece que viramos uma mera engrenagem dessa, e a burocratização é o signo que nos orienta.
Sim, e exatamente por isto, precisamos de certa forma resistir e nos tornarmos resistência, mas muitas vezes ao vivermos este conflito acabamos nos submetendo ao sistema por questões financeiras (o capitalismo é assim, nos exige isto, não é uma opção). Como eu tenho falado, não dá mais pra “lutar” por um mundo melhor, não é uma questão de decidir um lado, ou estamos dentro ou fora rsrs, assim um mundo melhor e mais humano deve ser construído e não conquistado, e conseguir construir isto dentro do capitalismo é nosso desafio diário.
Didático, importante, interessante e muito importante. Genial como o que escreveu.
Muito obrigado Alex!!! Bjs!!!!