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Humanidade

Começarei este texto dizendo que é necessário entender que nem sempre a escuridão precede a tempestade. Às vezes, ela chega de mansinho, esgueirando-se acima de nós de forma silenciosa e discreta. Só percebemos quando é tarde demais, e as gotas já caem sobre a terra, numerosas e ininterruptas. Acontece o mesmo com algumas coisas na nossa vida. Mas este não é um texto para demonstrar a fraqueza humana perante os acontecimentos do Universo. Não. Hoje, no primeiro texto do ano, quero exaltar esta raça que, apesar de todos os seus defeitos, é tão bela quanto qualquer outra.

É maravilhosa cada pequena conquista, cada ínfimo sentimento e cada ação e reação repletas de espontaneidade que fazem parte do nosso cotidiano. O modo como podemos ultrapassar os limites que nós mesmos nos impomos e ainda incentivar outros a fazerem o mesmo. Caímos, levantamos, seguimos em frente mesmo com todas as adversidades.

Somos capazes de coisas incríveis e inimagináveis, apenas precisamos lembrar de resgatarmos isso no nosso dia a dia. Uma raça que junta as qualidades de todas as outras e muito mais. Somos sentimentais, instintivos e leais, mas também astuciosos, capazes de desenvolver meios de melhorar e modificar a realidade ao nosso redor.

Ao longo do tempo, as adversidades da vida e a própria sociedade ao nosso redor, muitas vezes repleta de pessoas que, afetadas pelas próprias circunstâncias individuais, perderam a fé em si mesmas e na humanidade, nos contaminam com ideais que não abrangem quem nós verdadeiramente somos por não comportar tamanha magnitude existente na nossa própria individualidade. Somos pequenos Universos coexistindo simultaneamente, e quando entrelaçamos nossa Realidade com a de outra pessoa, criamos marcas que dificilmente serão esquecidas. Por que não fazer com que essas marcas sejam profundamente positivas?

Como uma eterna otimista, me recuso a ver apenas o lado sombrio de nós mesmos. Por mais pesadas que sejam as nuvens, por mais torrencial que seja a chuva, sempre há a possibilidade de abrir um guarda-chuva. Ou, se não, procurar abrigo nos guarda-chuvas alheios. Não há vergonha alguma em procurar por abrigo algumas vezes, e enquanto a chuva não passa, quem sabe que tipo de conversa poderá surgir sob a proteção de plástico estampada por bolinhas coloridas?

Há muito mais por trás dessa raça cheia de pessoas que, mesmo irreversivelmente condenadas à morte, buscam todos os dias um motivo para viver. Há muito mais que apenas destruição, e poluição e todos os outros “ão” noticiados nos jornais. E, com certeza, há muito mais do que qualquer um de nós possa enxergar.

Vivamos um dia de cada vez, deixando nossas melhores marcas uns nos outros e, não menos importante, em nós mesmos.

2 respostas

  1. Nossa!Ufaaaa! Que viagem para dentro de mim mesma fiz lendo esse texto. Fantástico ler algo assim, nos resgata desse mundo, principalmente diante de tantos acontecimentos negativos que estamos vivendo. Vou me lembrar sempre do guarda chuva de bolinhas coloridas diante das adversidades. Parabéns!!! ❤️??

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