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Eu não sei dizer eu te amo – Crônicas do meu aleatório 2022

Como eu posso descrever 2022 para mim em palavras? Acredito que uma boa palavra seria “Descobertas”. Esse texto é uma forma de tentar sintetizar tudo o que esses dias foram para mim, mas acredito que ainda faltarão palavras.

Esse foi o ano que finalmente me formei e consegui isso com certa excelência, embora não sem dificuldades burocráticas que só a Universidade de Brasília sabe colocar na minha vida. Eu começo falando dessa conquista que acredito ser aquilo que divide bem esse ano, afinal esse ano foi de descobertas, muitas delas, principalmente sobre mim. Descobri que apesar de rastejando eu ainda consegui entregar um trabalho de excelência com conclusão de faculdade e que possivelmente poderia ter sido muito melhor se a minha relação com a universidade não fosse tão conturbada.

Descobri também que minha escrita é muito melhor do que pensei, e fiz minha coluna nesse site crescer, hoje eu também acredito que tenho muito mais a oferecer escrevendo do que pensei, nem que seja agradáveis minutos de leitura para você que me acompanha.

Descobri também que tenho uma tumorização que cresceu, mas não é maligna, mas enquanto avaliava para fazer a operação de retirada, recebi a notícia de que tenho um problema cardíaco que apesar de atualmente sob controle vai exigir de mim uma cirurgia e manutenção com consultas periódicas para o resto da minha vida. Não foi fácil, não por medo de morrer, mas por saber que mesmo que não sejam muitas, minha vida passará a ser regrada. Engraçado né? Mas para mim que desejo pouco na vida, outra coisa que descobri sobre mim, pareceu um tormento e o meu maior pesadelo, ainda parece as vezes.

Acabei percebendo também que apesar de ser notável em meu trabalho, eu não amo o que eu faço. Isso é exaustivo porque apesar de tudo eu não consigo simplesmente fazer de qualquer maneira, afinal o que eu faço não é apenas para mim ou por mim, mas também pelo outro que eu ensino.

Descobri que eu gostaria mesmo era de atuar em musicais. Acho que aqui posso colocar um dos motivos do título do texto. Eu não sou uma pessoa de muitas palavras amorosas, meu jeito de demonstrar meus sentimentos é muito por ações de cuidado, atenção e assim vai, mas falar um “Eu te amo” me parece muito estranho e causa um misto de sentimentos que me colocam em uma posição que não sinto conforto. Um reflexo da minha criação em que ações sempre foram usadas para determinar sentimentos, não palavras, embora usemos mais delas hoje em dia em família.

Também descobri que não quero me menosprezar principalmente diante da mediocridade que me cerca. Sempre tive muito cuidado em parecer que me acho melhor que outras pessoas, mas a real é que não tem nada a ver com isso, se uma pessoa mais ou menos para menos pode achar que está arrasando na balada, então eu definitivamente posso me orgulhar das minhas muitas habilidades sem receio do que vão dizer.

Também cansei de carregar estigmas que não me pertencem mais. A verdade é que eu tenho sim meus problemas com meu humor e que não tenho medo de usar violência, mas isso não sou apenas isso. Na verdade, eu sou um doce de pessoa, meu coração é mais gentil do que parece e eu também sou sensível de maneiras que eu esqueci que era, mas hoje me lembro cada dia mais. Então não se assuste quando eu for um doce com você, porque a verdade é que eu sou um docinho também, dá vergonha falar, mas é um fato.

Hoje também quero viver uma vida mais sossegada, aproveitar tanto a calmaria quanto a tempestade, tanto a guerra quanto o amor ou amores. Eu vou ser tanto a versão brutal que rima com “Big Bad Wolf” do In This Moment, mas também vou ser uma versão brega e açucarada que você só encontra ouvindo “Something Stupid” do Frank Sinatra porque parecem extremos, mas são apenas pedacinhos de quem eu sou de fato.

Vou ser o Monte Everest enquanto estiver com forças, mas vou ser um bichinho manhoso que quer atenção quando estiver fraco, porque eu gosto e quero atenção das pessoas que eu amo, e não vou mais negar isso. Vou me aceitar do jeitinho que eu sou, engraçado, divertido, inteligente, burro, lindo e gostoso, uma donzela ou um garanhão, porque isso é o que vejo como viver minha vida ao máximo.

Eu não sei dizer “Eu te amo” com tanta frequência que gostaria, mas vou aprender e começo de agora:

Eu te amo pessoa que me lê, porque no momento em que escrevo isso, mesmo que não sejamos próximo, você faz meu dia ao me dar essa atenção e exatamente por isso que escrevo e lhe garanto, escrevo com cada vez mais amor para que nós possamos dançar por meio dessas linhas por muito mais tempo. Obrigado e um Feliz Ano Novo, se cuide e beba água. Tudo de bom. <3

Imagem de capa por Cottonbro Studio em Pexels

2 respostas

  1. Querido
    Adorei
    Vc sabe que escreve bem e gostoso, divertido e agradável.
    Não sabia não o tema da atuação em musicais
    Abraços

    1. Que bom que tenha gostado meu querido, eu sempre coloco bastante esforço em ser bem claro e conseguir fazer uma leitura fluída e bacana, então fico feliz de você ter conseguido se divertir <3

      Ahhhhhh eu acho muito lindo esse mundo em que você canta e atua, parece a máxima da expressão para mim hahahahaha

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