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Envelhecer no Brasil é igual para todos?

As condições socioeconômicas, implicam diretamente no envelhecer, por ser a última fase do desenvolvimento humano, a pessoa idosa necessita de recurso das fases anteriores e assim usufruir os recursos adquiridos, como moradia, saneamento básico, educação, saúde, cultura, entre outros, mas quando isto não ocorre, os problemas aparecem e temos alguns dados interessantes que apresentamos a seguir:

De acordo com Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em março de 2020, cerca de 6,6 milhões de idosos com mais de 60 anos, possuíam planos de saúde de assistência médico-hospitalar no Brasil, representando 14% do total de beneficiários da saúde suplementar e 22% da população brasileira idosa

Segundo o INSS, Secretaria da Previdência Social, de cada três aposentados, dois ganham um salário mínimo. 

Os indicadores de saneamento no Brasil são muito preocupantes: o país tem perto de 35 milhões de pessoas sem acesso à água tratada, quase metade da população, 95 milhões de brasileiros não tem rede de esgotos e somente 46,3% do volume de esgoto gerado no Brasil é tratado em 2018 foram registradas 41.618 internações de idosos acima dos 60 anos relacionas a falta de saneamento, cerca de um sexto de todas as internações por veiculação hídrica do país.

Uma pesquisa realizada pelo IBGE, mostra que em 2016, cerca de 66,3 milhões de pessoas de 25 anos ou mais de idade (ou 51% da população adulta) tinham no máximo o ensino fundamental completo. Além disso, menos de 20 milhões (ou 15,3% dessa população) haviam concluído o ensino superior.

A desigualdade na instrução da população tem caráter regional: no Nordeste, 52,6% sequer haviam concluído o ensino fundamental. No Sudeste, 51,1% tinham pelo menos o ensino médio completo.

Ainda entre a população com 25 anos ou mais, no Brasil, apenas 8,8% de pretos ou pardos tinham nível superior, enquanto para os brancos esse percentual era de 22,2%. O nível superior completo era mais frequente entre as mulheres (16,9%) do que entre os homens (13,5%).

A taxa de analfabetismo no país foi de 7,2% em 2016 (o que correspondia a 11,8 milhões de analfabetos), variando de 14,8% no Nordeste a 3,6% no Sul. Para pessoas pretas ou pardas, essa taxa (9,9%) era mais que duas vezes a das brancas (4,2%).

Entre as pessoas de 60 anos ou mais de idade, a taxa de analfabetismo chegou a 20,4%, sendo 11,7% para os idosos brancos e 30,7% para os idosos pretos ou pardos.

Já em relação a cultura dados da pesquisa Cultura em SP, que em 2014 ouviu quase oito mil pessoas em 21 municípios paulistas, revelam que as pessoas com mais de 60 anos são as que menos realizam atividades culturais nas cidades analisadas.

O levantamento, idealizado pela consultoria JLeiva Cultura & Esporte e realizado pelo Instituto Datafolha, mediu a frequência com que os entrevistados praticam 18 atividades culturais. Em 17 delas, os entrevistados com mais de 60 anos foram os que menos realizaram essas atividades nos 12 meses anteriores.

A exclusão cultural dos idosos é perceptível quando notamos que 19% com mais de 60 anos, nunca frequentou uma sala de cinema e 38% disseram nunca ter ido a uma biblioteca e 44%, nunca fora ao teatro.

Esses índices nos mostram que envelhecer no Brasil, não é igual para todas as classes sociais, raça e gênero. Envelhecer, saudável é a conclusão de uma infância, de uma adolescência e de uma adulta com condições, garantias de direitos, igualdade de gênero, igualdade social, cultural e de saúde.

Assim como em outras fases do desenvolvimento humano, a questão não está no envelhecer em si, mas na desigualdade social que cresce a cada dia. Ao garantirmos os direitos igualitários teremos também uma velhice democrática e com mais qualidade de vida.

Foto de Capa por Harun Tan no Pexels

Uma resposta

  1. Entendo que não é fácil envelhecer no Brasil, mas os menos favorecidos, são menos favorecidos desde que nasceram, isso pq, para adquirir instrução é necessário estar em um meio onde esse direito seja almejado e levado a sério, tudo começa pelo direito à educação desde a mais tenra idade, pois dessa maneira a criança é moldada ao entendimento de que ela tem os instrumentos para ser alguém, pois seus pais e o país está a seu lado, para que ela possa se desenvolver e se tornar competitiva, quando tivermos filhos planejados, crianças esperadas com amor , somente aí teremos orgulho no envelhecer, pois saneamento básico, cinema e teatro, serão distrações culturais necessárias comuns, onde se aprendeu a desfrutar desde criancinha, enquanto isso não acontece, somos tratados como pessoas de pouca instrução, de estatísticas sub humanas, pois se a mocinha hoje, não conseguir um casamento com regalias, terá um futuro igual ao da mãe, que antes dos 20 será mãe, talvez de pelo menos 2 filhos, com pouca instrução, o ciclo se repete, infelizmente, precisamos ser educados, estimulados e provocados a sermos melhores que nossa geração passada o foram , eu acredito que tudo começa lá, no comecinho!

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