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Rolezinho ou não, eis a questão!

Anderson Andrade
Nas últimas semanas vem ganhando cada vez mais destaque na mídia nacional e internacional os “rolezinhos”, encontros de adolescentes, que começam a tomar conta dos shoppings de São Paulo e já se espalharam por outras capitais. Estes encontros nos quais muitos jovens vão para se divertir, mostrar roupas de grife originais e cantar “funk ostentação”, podem ser considerados uma variação dos Flash Mobs internacionais: mobilização relâmpago de pessoas para realizar um ato inusitado previamente marcado e com a dispersão tão rápida quanto a reunião.
Inicialmente eram combinados por e-mails, mas com o surgimento e popularização das redes sociais são marcados hoje por meio de páginas de eventos. Existem flash mobs famosos como o Subway Party, festa no metrô, que ocorre geralmente em horários de pico em vagões de trens de grandes cidades como Nova Iorque em que as pessoas se reúnem, trocam presentes, cantam, dançam enfim, fazem uma festa dentro do vagão, geralmente ocorrem duas vezes ao dia e em horários de pico, o que causa reclamações de passageiros mais conservadores. E o que dizer então do Pillow Fight em que desconhecidos se reúnem para fazer uma guerra de travesseiros ou  ainda do flash mob dance que já ocorreu em locais privados como a rede de supermercados Walmart e em shoppings de cidades americanas, ou seja, não são tão diferentes dos “rolezinhos’’ neste aspecto.
Porém fica a pergunta: os flash mobs seriam ofensivos ou prejudiciais as pessoas e lojistas como os “rolezinhos’’? Todo evento que gera aglomeração de pessoas está sujeito a confusões, sempre existem os mal intencionados e os que ficam “nervosinhos’’,  o que não é diferente de uma torcida de futebol ou um espetáculo como shows de rock dentre outros.
Só que na questão brasileira os “rolezinhos’’ teoricamente são feitos por adolescentes de baixa renda que sofrem resistência nos shoppings. Alguns já estão migrando para os parques públicos e agora temos novos tipos de “rolezinhos’’, só que não de adolescentes, mas sim de grupos organizados como o “rolezão” do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e o “rolé contra o racismo” da União de Negros de Educação Popular para Negros e a Classe Trabalhadora (Uneafro), este marcado para o  luxuoso shopping JK Iguatemi que não permitiu a entrada dos “manifestantes” e a  Uneafro registrou boletim de ocorrência por “racismo e constrangimento ilegal”.
Fato é que em meio a tudo isto os adolescentes participantes dos “rolezinhos’’ queriam a princípio só se divertir e como dizem em suas páginas pessoais “tirá umas foto”, “beijar muuuito”, “conhecer novos amigos”, e é claro “ostentar”.

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