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Coluna Rapha Bueno

Raphaelly Bueno

Humanidade

O ser humano, bem como sabemos, faz parte do reino animal, todavia estamos no topo da cadeia alimentar pela nossa capacidade de comunicação e processo cognitivo, isto é, podemos raciocinar ao invés de nos orientarmos única e exclusivamente pelos instintos. Cabe expressar que  eu atribuo outras capacidades, também, ao ser humano, o que na verdade não nos difere tanto assim de outros animais, o ser humano pode amar!
Se eu acredito que a humanidade evoluiu para melhor, que caminhamos para a plenitude de uma comunidade mundial pacífica, isto não importa, o que me interessa são as demonstrações mais básicas de humanidade, como por exemplo, notar o próximo, a caridade e a piedade. Vivemos em um mundo com relativa ambiguidade, onde dependemos um do outro, afinal a solidão é tão ruim quanto a ideia de morte, no entanto queremos a facilidade de desprendimento, uma liberdade, isto fica claro com o advento das redes sociais, onde se cria a ilusão da facilidade de sociabilização, onde adquirimos uma relativa quantidade de “amigos”.
Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, que define este tipo de nova amizade de “amizade do facebook”, fica clara a diferença entre comunidade e rede, pois comunidade precede você, nascemos em uma comunidade. A Rede é feita e mantida por duas atividades, conectar e desconectar, então, o facebook possui a atratividade na facilidade de desconectar. Em nosso convívio, as relações “off-line” que exige o contato imediato, ou seja, olho a olho, corpo a corpo, torna-se um evento traumático para desfazer certos laços, enquanto no facebook basta clicar delete.
Ora, parece que o ser humano vem perdendo uma de suas capacidades mais singular, a de amar, a isso pode chamar conviver, sociabilizar, criar laços e relações de interdependência, vivemos em uma era onde perdemos a capacidade da humanidade, somos pessoas mais intolerantes, frias, menos esperançosas. Como disse José Saramago ao receber o prêmio Nobel de Literatura em 1998 “A mesma esquizofrénica humanidade capaz de enviar instrumentos a um planeta para estudar a composição das suas rochas, assiste indiferente à morte de milhões de pessoas pela fome. Chega-se mais facilmente a Marte do que ao nosso próprio semelhante”.
Mas nem tudo está perdido, afinal a esperança brotará eternamente nos peitos dos homens (Alexander Pope), temos a consciência de nossas deficiências, podemos saná-las. Talvez muito futuramente, viveremos em um mundo repleto de robôs, robôs estes que farão quase tudo para nós, então teremos que criar um robô filho com a, talvez, capacidade de amar, assim como no filme AI INTELIGENCIA ARTIFICIAL, que na verdade terá a difícil tarefa de ensinar a nós os seres humanos a amar novamente.

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