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Coluna Dazamiga

Erica Naomi

Boletim Naomi Informa

Olá! Espero que estejam bem e tenham aproveitado agosto, dia dos pais, final de férias, volta às aulas (não tem jeito: o segundo semestre se abancou, mas passa rapidinho!), e curtido a transição mais gostosa do ano: inverno-primavera!

O assunto deste mês surgiu no final da primeira quinzena de agosto. Eu estava fadada a falar sobre outono, primavera, quanto as meias-estações me trazem boas lembranças e me são muito queridas, mas mudei totalmente o rumo.

Quem me acompanha – via facebook – sabe que publico, diariamente, um boletim. Bem da verdade, ele surgiu da forma mais despretensiosa possível: trajeto casa-trabalho costumava ser uó, porque não via graça em ouvir música ou fuçar celular nos dias em que o metrô estava cheio demais para uma mosca entrar. Só ouço música porque o alheio ouve em último volume, e de todos os gêneros possíveis: funk, forró, pagode, e por aí vai. Então, aproveito para economizar bateria do meu celular.

Além de ter surgido como forma de distração, também é uma forma de exercitar a escrita: seja em internetês, ou em português correto, não perco o hábito. Quando se trabalha com a escrita, toda forma de exercitá-la é bem-vinda.

Comecei a usar metrô e lotação há quase cinco anos. O verbo correto é recomecei. Como trabalhava na zona sul, o fretado foi meu meio de transporte constante e previsível: todo mundo dormindo na ida, todo mundo relaxando na volta, trânsito infernal, em véspera de feriado o caos total (o trajeto, que durava 1h30, geralmente chegava a passar de 3h nesses dias). Metrô – exceto em dias de greve – mesmo lento, ainda anda. Que tenha maiores intervalos entre trens, mas sabe-se que não está parado.

Para quebrar o tédio do trajeto – minimizado para 55 min na ida, e até 1h10 na volta – resolvi fazer do Boletim um brinquedo e um exercício de escrita. Melhor que isso: as pérolas que coleciono ao longo desses últimos meses, mais exatamente.

No dia em que esqueci o celular em casa, soube do final de semana todinho de um cara que discutia ao telefone com a namorada. Depois, quase perdi a audição, pois uma jovenzinha gritava ao celular com a amiga: parece que o professor era menos atraente que o colega da faculdade.

Nem só das minhas histórias vive este Boletim. Minha colaboradora escolhida é a Chefe.

Ela, em trajeto e horário atípicos, ouviu o mantra “Calma, Samanta!”. Explico: Samanta era uma criança que estava com a mãe no metrô. Como ninguém deu-lhes lugar, uma senhora – que estava no banco preferencial – condoeu-se e acabou por colocar a criança no seu colo. Criança inquieta durante o trajeto inteiro, metrô cheio, a mãe só encontrou um jeito de acalmá-la: entoando o mantra.

Noutro dia, inteirou-se dos roteiros de viagem via revista da moça ao lado, no banco do ônibus. Numa outra viagem, a caminho de casa, seus ouvidos sofreram atentado ao presenciar uma pessoa gritando ao celular. Pior que gritar: gesticular enquanto fala ao telefone. Uma videoconferência cairia bem, né?

Isso quando não entra um outro elemento louco para ouvir as nossas conversas; não faz de nossos ombros suporte para livros, celulares, tablets e afins; casal se amassando e TE amassando junto (ménage à trois não rola logo cedo, né?!); mulherada de cabelo comprido e (nem sempre) lavado fazendo transferência de creme para pentear para o teu cabelo limpo (a mancha de creme na roupa delas pode pular para a tua); ou gente querendo embarcar no metrô pela plataforma de desembarque (bom, se for um boy magia, abrimos exceção e não atropelamos. Re-za-mos para ser atropeladas, ui!).

Entre um passageiro folgado e outro, vamos observando os arredores para, depois, contar e selecionar os melhores causos. O Mundo Real ainda mais interessante!

Até outubro!

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