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Coluna Dazamiga

Erica Naomi

PRIMAVERA

(Carta para minha Irmã)

Olá! Espero que estejam bem e tenham aproveitado o finalzinho de inverno, cujo último dia foi típico da estação. E que venha a meia-estação mais gostosa: primavera!

Confesso que estava sem a mínima ideia sobre o que escrever para edição. Mas, como confio nos meus insights, as palavras aparecem na hora certa. É só concatená-las, que a coisa vai.

Num belo sábado, enquanto lavava roupas – eu: não; a máquina, sim – o texto surgiu, e começou a ser trabalhado. Bem da verdade, eu estava muito aflita, pensando demais na minha melhor amiga, cujo estado de saúde não era dos melhores, e seu passamento se deu no início da primavera.

Daí, saiu a pérola abaixo.

Hoje é um dia em que resolvi que a pressa seria banida.

Por um dia, por um momento, não sei precisar nem quantificar tempo.

Decidi que quero renascer todos os dias, como o sol que não se cansa de despontar no horizonte todas as manhãs, ou a incansável e misteriosa lua chegando no começo da noite.

Desisti de manter pessoas vazias em meu caminho. De mim, elas já subtraíram muito: com e sem violência e/ou grave ameaça as minhas energias, leveza de espírito e meu precioso tempo.

Decidi alimentar meus sonhos e objetivos de Vida. Mas, para suas realizações, também foi necessário que eu aprendesse a poupar dinheiro: porque nem chuva vem caindo do céu ultimamente (isto é, se você mora em São Paulo).

Desisti de viver amores efêmeros – Santa Contradição! Amores não são efêmeros. Quando aprendi a me valorizar de verdade, tudo mudou na minha vida. E até os homens – a quem temporariamente “amei” um dia – já se tornaram vagas lembranças e números estatísticos.

Decidi que quero apenas os meus poucos amigos verdadeiros, cuja quantidade não preenche os cinco dedos de uma das mãos. Não precisamos estar juntos todos os dias – mesmo porque as circunstâncias não permitem. Mas sei que estamos juntos em Alma, Coração e Pensamento. E tomando café, indo ao cinema, às compras, ao teatro quando pudermos. Tudo que flui naturalmente é mais sincero.

A duras penas, aprendi a desacelerar. Embora o agora seja importante, a minha saúde é muito mais. Sem sua estabilidade, não posso abraçar a parte que me cabe do mundo, e isso geraria depressão e autocrítica.

Decidi me libertar de tantos dogmas, tantas inutilidades que me amarraram por tantos anos… E sou vista como reacionária. Reacionária sim, com muito orgulho: reação a atitudes infundadas, a crenças em que acreditei tão ferrenhamente…que eram apenas temor reverencial.

E resolvi que desejo que a minha Vida flua nesta Primavera tão intimista, íntima e minha, regada a mudanças e enfeitadas com as melhores flores que eu possa colher pelo resto de meus dias. Assim, terei muito mais histórias para contar, e menos tempo para perder.

Até novembro!

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