Search

Aprenda! A Arte da Guerra – Sun Tzu

Péricles Formigoni

“Ler um resumo ou fichamento não substitui a leitura completa das obras, contudo não custa nada dar uma forcinha  pra quem está correndo na vida e pelo menos ler o resumo é melhor do que não ler nada!” Péricles Formigoni

Apresentamos a seguir alguns apontamentos que eu fiz sobre o livro A Arte da Guerra de Sun Tzu que li ha alguns anos atrás, o livro é curto mas apresenta uma grande riqueza de conceitos que podem ser aplicados da mais variada forma, seja em negócios, relações pessoais e familiares, enfim… onde possa haver conflitos de interesses e se deseje uma “vitória” (risos) podemos nos recorrer aos ensinamentos de Sun Tzu, porém apesar de serem conceitos até bastante simples não significa que seja fácil aplicarmos, pois nossa “natureza humana” vai nos trair e nossas emoções acabam tomando conta, mas de qualquer forma é um bom livro para refletirmos sobre quem são nossos “inimigos” como podemos agir diante deles, pensando do micro ao macro.

Resumo/Fichamento do Livro:

I – Preliminar:
Para Avaliar a Guerra e as chances de vitória Sun Tzu apresenta preliminarmente 5 fatores: Influência Moral (a harmonia entre o povo e o Governo), clima (a estação do ano), terreno (acesso físico ao local), comando (as qualidades do general) e a doutrina (coerência nas ações e organização).
Para avaliar o General deve se observar as seguintes habilidades: Sabedoria (reconhecer mudanças), sinceridade (ter crédito, acreditar sinceramente no que faz), humanidade (reconhecer o esforço das tropas), coragem (para tomar decisões importantes) e exigência (disciplina e critério nas punições).
Para se ter uma estratégia vitoriosa: devem-se ter soldados e oficiais preparados, devem ser concedidos prêmios e castigos sem exagero, devem ser feitas simulações, ter a capacidade de dissimular (incapaz X capaz, ativo X inativo, próximo X longe etc.), ter a capacidade de criar ciladas e simular a desordem.
Para enfraquecer o inimigo deve-se aparentar inferioridade para provocar a arrogância, manter a tensão e cansá-lo, provocar a desunião e oferecer sempre elementos surpresa no ataque.

II – A Guerra:
As guerras devem ser rápidas para poderem ser econômicas, a vitória é o principal objetivo e velocidade é importante.
Como a guerra faz subir os preços (gera o desejo de maiores lucros sobre as mercadorias que o comum), devem-se fazer as tropas vencerem a custa do inimigo. As tropas atacam por raiva e saqueiam por riquezas.
Devem-se tratar bem os prisioneiros, pois podem vir um dia a nos servir.
Sempre se deve vencer uma batalha e tornar-se mais poderoso (vencer uma batalha e enfraquecer não é vantagem)

III – Plano de Ataque:
O ideal é tomar um Estado intacto, sem destruí-lo, portanto o melhor é atacar a estratégia do inimigo não destruir o povo.
Deve-se sempre dividir as forças do inimigo, destruindo alianças (antigas e novas).
Para prever a possibilidade de vitória devemos saber qual o melhor momento para combater, dimensionar corretamente se devemos usar pequenas ou grandes forças, sermos sempre pudentes e aproveitarmos a imprudência do inimigo, termos generais hábeis e sem interferências, enfim devemos conhecer a si e ao inimigo.

IV – Disposições:
Deve-se aguardar o momento fraco do inimigo, invencibilidade depende de cada um (defesa) e vulnerabilidade depende do inimigo (fraqueza), podemos nos tornar invencíveis, mas não o outro vulnerável.
Vencer depende do ataque e defender-se depende das fraquezas e de como ocultar-se.
Conseguir vitórias sem batalha é uma grande vitória e exemplo de perícia, lutar contra inimigos fracos e travar grandes batalhas não depende de perícia.
São elementos que fazem parte da arte da Guerra a análise e estudo do espaço, medições (distância, relevo, clima etc.), cálculos, comparações e estudo de possibilidades.

V – Autoridade:
Dirigir muitos ou poucos é praticamente igual se houver organização, é preciso descentralizar, ter sinais e formações corretas.
As tropas podem ser especiais (extraordinárias) ou normais, sendo possível que uma especial se torne normal e vice versa. A combinação da ação de tropas especiais e normais pode ser feita de forma infinita, e deve-se sempre aplicar o mais concentrado sobre o menos concentrado.
Quem tiver autoridade deve ser capaz de administrar o caos representado pela ordem X desordem, valente X covarde, forte X fraco, e principalmente conseguir simular a desordem onde existe ordem e mudar a fraqueza em força. O homem deve desempenhar suas funções conforme suas habilidades e talentos assim o valente luta, o cauteloso defende e o sábio aconselha.
Devemos sempre tirar o maior proveito das situações para evitar esforços desnecessários como rolar pedras montanha abaixo é melhor do que ao contrário.

VI – Pontos Fortes e Fracos:
O primeiro a chegar tem vantagem por estar descansado, assim é melhor puxar o inimigo até nós para cansá-lo do que ir ao seu encontro, contudo o inimigo só virá se acreditar que pode vencer.
Surpreenda o inimigo, ataque os pontos onde ele não tenha como se defender e defenda onde acha que ele não vai lhe atacar. Prepare-se para o inimigo e não deixe que ele se prepare para você.
Divida as forças do inimigo e utilize forças múltiplas que se encontram em uma batalha como em uma feira. Descubra o local da batalha e o plano do inimigo antes de decidir a sua estratégia.
Seja incompreensível para seu inimigo, mude sempre de estratégia e procure sempre os pontos fracos do inimigo.

VII – Movimentos Estratégicos:
Na arte das manobras deve-se tornar direito o caminho aparentemente desviado, transformando infortúnios em vantagens.
Devemos utilizar a estratégia do direto e do indireto: sair depois, iludir o inimigo, pegar o pior caminho e chegar antes, desta forma confundir o inimigo e marchar celeremente.
O exército precisa de provisões (armas e alimentos) e conhecer o terreno é vital.
A guerra baseia-se no logro, assim se move se for vantajoso e cria mudanças dispersando ou concentrando suas forças. Quando em campanha deve ter velocidade, em ataques deve ser como o fogo, parado deve ser como a montanha, mover em retirada como as nuvens.
Manter sempre o ânimo e a coragem da tropa e do comandante. O comandante é o mais importante. Pela manhã a disposição é melhor que a noite, pois no anoitecer se acumulam o cansaço e a saudade.
Ao atacar um inimigo é primordial:

  • Ataque quando ele estiver cansado e amolecido (fator moral);
  • Ataque com ordem a desordem e serenamente o desconcentrado (fator mental);
  • Espere o inimigo vir, para este chegar cansado e faminto (fator físico);
  • Não atacar um inimigo muito ordenado ou aguerrido (fator das circunstâncias mutantes);
  • Não atacar se o inimigo estiver no alto ou não tiver como retornar ou regressar;
  • Se o inimigo tentar fugir, deixe;
  • Não ataque as forças de elite;
  • Não engula os engodos do inimigo;
  • Deixe o inimigo regressar para casa;
  • Deixe sempre uma saída para o inimigo fugir;
  • Não pressione o inimigo se ele estiver sem saída.

VIII – Nove Fatores Variáveis:
Apesar de o comandante ter um mandato e receber ordens do soberano ele deve entender que:

  • Em terreno baixo não se acampa;
  • Em terreno contínuo une-se a aliados;
  • Em terreno pobre deve sair rapidamente;
  • Em terreno fechado deve usar a imaginação;
  • Em terreno de morte deve lutar;
  • Existem estradas a não percorrer;
  • Existem tropas a não atacar;
  • Existem cidades a não assaltar;
  • Existem terrenos a não disputar.

Determinadas ordens do soberano devem ser desobedecidas, pois o comandante deve aproveitar sempre as circunstâncias, observando os fatores favoráveis (facilidades) e desfavoráveis (dificuldades).
Os cinco defeitos que um general pode apresentar são a ousadia (acaba abatido), a covardia (acaba capturado), a exaltação (leva a loucura), a honra exagerada (sucumbe a calúnia) e ser misericordioso (perturba-se pela situação).

IX – As Ações:
Regra geral: estar a frente do inimigo, combater de cima sempre descendo, estar próximo a vales, acampar sempre no alto, atacar a favor do sol pela luminosidade.
Neste capitulo Sun Tzu alerta e explica sobre como ter cuidado quando estiver em combate próximo a águas e explica como reconhecer o inimigo e suas ações dentro de florestas e campos.
Devemos estar sempre atentos aos sinais que demonstram as ações, movimentos e intenções do inimigo, principalmente quando estes puderem evidenciar qual o estado de espírito e organização do mesmo.

X – A Natureza do Terreno:
O Terreno pode ser:

  • Acessível: igual para ambos;
  • Traiçoeiro: fácil de sair e difícil de e entrar e permanecer;
  • Irregular: ruim para todos;
  • Apertado: deve-se ser o primeiro a ocupá-lo e bloquear o acesso;
  • Profundo: se não estiver a favor do sol, deve ser evitado;
  • Distante: deixe o inimigo se cansar.

Quando os soldados são fortes e o oficial fraco gera insubordinação. Quando os soldados são ineficazes e o oficial valente gera apuros. Quando os soldados são indisciplinados ou desalinhados e o oficial fraco sem rigidez gera a desordem. Em qualquer caso se os oficiais forem irados ou insubordinados o exército entrará em colapso e se os oficiais forem incapazes de estimativas corretas haverá a derrota.
O general não deve procurar renome, deve desobedecer se necessário para proteger o povo e cuidar dos bens do soberano. Se o general considerar o exército como crianças terá fidelidade, se considerar o exército como filhos amados, eles morrerão ao seu lado. Mas se for condescendente e não os fizer obedecer será como meninos mimados e inúteis.
Bons comandantes são amados e temidos, devem conhecer ao inimigo, a si mesmo, ao terreno e ao espaço.

XI – Os Nove Tipos de Terreno:
Neste capítulo Sun Tzu trata sobre os tipos de terreno e a sua importância e perigo para as tropas e qual a postura que deve ser tomada pelo general sugerindo a utilização das seguintes habilidades:

  • Sigilo nas informações e intenções;
  • Rapidez nas ações e movimentações;
  • Astúcia no estudo do terreno;
  • Imprevisibilidade nas estratégias.

XII – Métodos de Ataque com Fogo:
Neste capítulo Sun Tzu faz apologias ao uso do fogo como uma forma de enfraquecer o inimigo, também sugerindo a inundação.
Adverte o soberano que este nunca deve agir sob efeito de raiva e que o general de mesma forma, nunca deve agir sob o efeito do ressentimento, pois haverá um grande risco de perderem o Estado e o seu Exército.

XII – O Uso de Espiões:
Espiões são indispensáveis para se vencer uma guerra, devem ser dissimulados e resistentes, sua inteligência se concentra no aparentar e omitir o ser.
Os espiões podem ser nativos quando naturais do território inimigo, internos quando oficiais inimigos descontentes, duplos sendo espiões do inimigo que aceitam subornos, dispensáveis que são enviados com informações falsas na expectativa de serem capturados pelos inimigos e vivos que são espiões de elite que retornam com informações.
Um exército sem espiões é como um homem sem olhos e sem ouvidos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *