Olá meus amores, como está a semana de vocês?

Hoje eu trago uma entrevista com o cantor Jhimmy Feiches. Mas antes, eu vou contar a história de como eu conheci esse que eu considero um grande artista.

Quando conheci o Jhimmy, eu estava comandando o karaokê no bar em que eu trabalhava. E eu, que sempre fui um apaixonado por música, sempre prestei atenção nos talentos que apareciam por alí. Então, veio pra cantar um garoto magrinho, meio de ombros curvados pela timidez e com o cabelo por cima do rosto. Consegui perceber olhares estranhos ao redor, quase como aconteceu com a Susan Boyle, lembra? Aquela coisa de julgar ruim antes de conhecer. E então ele começou a cantar New Rules, da Dua Lipa… e foi ovacionado pelas pelas pessoas presentes quando terminou! Foi lindo!

“E se eu todo mundo pudesse ver, o que eu vi em ti naquela noite” (Outro Primeiro – Jhimmy Feiches)

Conversei com ele e ele me contou que morava em Macapá/AP e que estava de férias em São Paulo. Trocamos contatos e cinco anos se passaram. Até que no ano passado ele lançou seu primeiro álbum e seu primeiro clipe. Eu me apaixonei!

Agora com Jhimmy Feiches devidamente apresentado, eu começo aqui um bate-papo com ele. Espero que vocês gostem!

Entrevista com Jhimmy Feiches

Boa Noite, Jhimmy. Espero que esteja bem! Eu sou um grande fã do seu álbum e eu notei que vc sempre fala sobre ser pássaro ou estar na água. Inclusive é o tema da capa do álbum e tem também na história em quadrinho que acompanha o álbum. O que significa isso pra vc?

Oi! Boa noite. Eu fico muito feliz em poder dividir minha música contigo e obrigado por acompanhar. 💙

Eu sempre fui uma criança fascinada com o mundo não material, sempre fui muito sonhador… Lembro que, desde que me entendo por gente, queria estar perto de bichos e os bichos aquáticos eram sempre meus favoritos. Eu gosto muito de água, de rios, lagos… tenho um fascínio por sereias, haha.

O pássaro que menciono na música de abertura do álbum, o Bico de Lacre, é um passaro que eu costumava receber visitas na infância. Muitos deles vinham aos montes para o quintal da minha casa ou faziam ninho na árvore… tanto minha obsessão pela água quanto o contato com os Bicos de Lacres me davam essa sensacao de ser livre. Por isso eu acho que as duas coisas me marcaram tanto. Hoje em dia, nao recebo mais as visitas dos pássaros, mas continuo sempre Dentro D’água que é o lugar onde sinto que posso ser 100% eu.

E Dentro D’água a gente não chora é o nome do seu primeiro álbum. Você pode falar um pouco sobre o processo de criação do álbum?

Desde o início eu me propus a visitar e estudar minha própria história, peguei os cadernos e diários da época de escola pra tentar entender quem eu sou, e se visitar no passado é algo que pode trazer dor, comigo não foi diferente… eu revivi o primeiro amor, muitas crises de ansiedade e depressão, conflito comigo mesmo… por outro lado revivi qualidades que eu tinha e não lembrava, principalmente minha habilidade de sonhar, coisa que a vida adulta não me permite fazer. Assim, eu fui construindo as músicas, às vezes eu compunha a melodia primeiro e depois estruturava a letra, outras vezes eu ja criava uma melodia com uma intenção. Quando eu percebi que tinha um monte de música, tive que comecar a descartar pra decidir quais estariam no álbum.

O título do album é a musica que fala exatamente quem é o Jhimmy e quem eu era antes dele. Acho que isso foi importante pra um primeiro álbum, quase uma apresentação.

O album comecou a ser produzido em 2016, foi um processo muito lento por questões financeiras que limitam o artista independente. Meu produtor Felipe Alme teve um importante papel no trabalho, me ajudou na composição de algumas melodias e me permitiu produzir várias músicas com ele.

É um álbum bem pessoal, né? Como foi a recepção desse trabalho?

O álbum é bem pessoal por que é quase um diário, às vezes eu não sei se é uma boa ideia expor tanto assim, mas fico feliz que eu tenha tido coragem.

A recepção foi calorosa na medida do possível, de uns tempos pra cá as pessoas tinham mais interesse no meu trabalho, mas eu fico feliz que os que me ouvem, acabam fazendo isso sempre, dai eu fico motivado pra fazer mais.

Qual a música mais especial do álbum pra vc?

A música mais especial é dificil, por que eu fico com pena das que eu possa considerar menos especiais… haha.
Mas eu amo MUITO todas, acho que, por enquanto, posso dozer que a música título do album merece bastante atenção por que ela apresenta quem eu sou e o que esperar do meu trabalho.

E temos alguma notícia sobre o próximo single?

Eu queria fazer single de pelo menos 7 musicas, mas ser artista independente é sufoco né… então eu vou ficar feliz com os singles que acontecerem.

Mas ó, posso dizer que esse ano tem 2 singles planejados: Bico de Lacre e a outra ainda estou estudando.

Muito obrigado, Jhimmy, por compartilhar esta experiência com a gente!  

Muito obrigado pela conversa e por me acompanhar, tenho muito pra mostrar e convido todos os leitores a me ouvirem nas plataformas de música. Estamos quase chegando nas 100 mil reproduções e eu fico muito animado em poder me apresentar pra pessoas de outro estado através de entrevistas e vídeos. Obrigado! 🌊🌊🌊🌊🌊

E eu espero que vocês tenham gostado desse cara incrível e sensível que é o Jhimmy! 

Um adeus

Não quero me descorrer muito, nem fazer alarde. Apenas queria prestar minha homenagem ao grande Paulo Vaz. Que vai, mas que deixa um legado na luta contra a transfobia.  Deixo aqui uma pequena frase que surgiu em uma conversa com Daniela Houck, onde lamentávamos sobre essa perda:

Quando morre um de nós, morremos um pouco também. E quando morre um dos grandes, perdemos.

Muito obrigado Paulo, descanse em paz.

Pró-Diversidade

Espero que você tenha gostado desse meu espacinho.

Te convido também a conhecer o Instituto Pro-Diversidade, ao qual eu faço parte.

Temos diversos colunistas maravilhosos, boa leitura!