Agora que não estou mais com 20 anos de idade e menos ainda com 70, fico observando como era, como é e como tende a ser a vida. Faço isso como um exercício para não virar daqueles velhos que vivem falando “Ahh no meu tempo era melhor”. Nem ser como aqueles adolescentes sem senso crítico que acreditam que qualquer música criada por inteligência artificial é ‘hit’.
Quando eu era pequeno rolava muitas feiras de ciência na escola, todo ano para ser mais exato! Me lembro que no 8º ano fizemos um trabalho sobre efeito estufa e como isso mudaria o mundo. Era pura ciência e adolescência. Teorias que na minha cabeça, poderiam ser reais ou não, já que falavam do futuro… que poderiam me afetar ou não. No fim do dia, ignorava e corria para casa para assistir a desenhos na TV.
Já no presente é meio engraçado olhar minha ignorância da época. Me dói quando vejo notícias informando catástrofes climáticas, e famílias afetadas por elas. Me dói mais o fato de que nós, em seguida, esquecemos e seguimos falando de bebê reborn e divórcio de influencers. Vocês se esforçam pelo menos um pouquinho para sair das threads e pesquisar o que realmente importa? É sério! Já pararam para pesquisar sobre secas, alagamentos ou os polos gelados do planeta enquanto eles não estão sendo noticiados na TV ou no TikTok? De coração, deveria.
Hoje, por exemplo, me deparei com uma notícia de março que contava sobre uma empresa que coleta gelo de icebergs do Ártico para servir bebidas em bares de Dubai a um custo de aproximadamente 500 reais pela “iguaria”. Eu imaginei focas e pinguins cansados tentando encontrar um bloco de gelo resistente onde possam ficar e em seguida imaginei um sheik em Dubai que investe em petróleo tomando um whisky com o mesmo gelo que foi se partindo lá no norte do mundo devido aos gases emitidos mundo afora.
Imaginá-los é um exercício de empatia, especialmente quando você imagina animais. Eles não vão falar nada. Ou você simpatiza com as ações instintivas deles ou você não consegue praticar a empatia. Você imagina o futuro deles? Deveria também. No final do dia, também somos animais. Achamos ser o ápice do planeta por sermos racionais, mas a verdade é que estamos tão dependentes deste planeta quanto eles. Somos 8 bilhões de animais que estão destruindo o próprio habitat.
Imaginar o futuro com tudo que vemos hoje é de fazer chorar. Eu, particularmente, se uso o presente para cogitar como será o futuro, choro. Mas não vamos fazer isso. Vamos aproveitar da tal racionalidade e mente brilhante que nos diferencia dos animais e exercitar a imaginação junto com a esperança! Eu falei no meu último post sobre sonhar, pois sonhos exercitam a esperança. Para imaginar o futuro da nossa comunidade é preciso se preocupar com o futuro da nossa sociedade. Para imaginar o futuro da nossa sociedade é preciso se preocupar com o futuro da raça humana.
Precisamos acreditar em nós mesmos e nos ajudar cada um ao seu modo – afinal, é nossa responsabilidade proteger este habitat. Não foque em apocalipses nem em mundos perfeitos, universo afora. Acredite em você – e no único planeta que ainda temos para viver. É como disse no instagram, o @HareBrasil:
“Nos distraíram 2 milênios com o ‘Reino dos céus’, pra nos roubarem o ‘Reino da Terra.”
Foto de capa por cottonbro studio