As oficinas de textos continuam a todo a vapor e na ultima segunda, foi dia de criação e leitura das poesias prontas. Abaixo fotos dos participantes e mais uma poesia feita de forma coletiva!
Indignação
Eu consegui traduzir em palavras
Meus sentimentos e lembranças
Com palavras normais
Mas às vezes não tão engraçadas
Às vezes não tão afetadas
Pois o cotidiano afeta
Quem não mora numa casa
Quem tem como rotina
Não ter rotina no dia-a-dia
Como uma flor brotando
Na fenda do asfalto febril
Nas trincas e sarjeta germinam
Marginalmente uma vegetação
Que ninguém vê
Mas que não é invisível
Tentamos nos manter calmos
O suficiente para ouvir
Verdades mentirosas e mentiras verdadeiras
Mas não é nada pessoal
Apesar de não ser impessoal
Indignação na indigna ação
De quem finge proteger
De quem finge interesse
De quem finge ser interessante
Todos nos parecem impossíveis
E desaparecem numa
Conspiração invisível
Somos perseguidos
Por não sermos percebidos
Somos perseguidos
Somente aos sábados
Somos perseguidos
Por sermos ignorados
Por sermos invisíveis sociais
Por sermos uma merda?
Por sermos duas merdas!
(Eduardo Snoopy, Valter, Roberto, Bruno, Anderson, Péricles)