Sabedoria das Ruas

As oficinas literárias em parceria com a Ocas continuam acontecendo todas as segundas feiras a partir das onze da manhã e na última segunda uma ideia do vendedor Roberto, no qual, as pessoas tem nomes, mas será que eles realmente nos representam? Abaixo fotos da oficina e a poesia, Eu quero meu nome.

Eu quero o meu nome

Conversa fiada na porta do cartório de registro civil:
– o meu filho vai ter o meu nome, disse o americano do seu pequeno Junior.
– “mio bambino” vai ser chamar como o seu avô, o nome do meu pai, dos meus antepassados.
– sou japonês e vou dar um nome bem tradicional para lembrar da nossa pátria de origem.
E eu dentro de minha cabeça mulata, cabocla, matuta e carapinha pensei…
– Eu quero o meu nome!
Eu quero o meu nome
Um nome que faça valer a pena cada chibatada no tronco da senzala
Eu quero o meu nome
Um nome que me lembre de todos os tapas que levei na cara e todos que apanharam antes de mim
Eu quero o meu nome
Um nome que faça jus a luta de Zumbi, a resistência de Kuntakintê e a determinação de Mandela
Eu quero o meu nome
E não quero um nome de escravo, muito menos um nome de liberto
Quero um nome de quem nasce livre
Eu quero o meu nome
Um nome que não seja só meu, mas que seja nosso, de todos
Mas também seja Eu.
Eu quero o meu nome
Roberto, Snoopy, Anderson, Péricles, Bruno e Victória
Um nome que quando você fale já saiba quem sou Eu
Eu quero o meu nome
Não um nome de guerra
Mas um nome que lembre ao Mundo
Que a pomba da paz também pode ser negra
Roberto (ideia original)
Anderson, Bruno, Péricles, Valter, Snoopy, Victória.

 

 

 

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