O que te move?!

Ilustração onde uma garota corre em um campo verde como se fosse páginas de um livro. O que te move?

Havia uma garotinha tímida que sonhava em ser escritora. Adorava uma festa, mas pensar em conhecer pessoas novas a deixava suando frio. Um belo dia, sua mãe a matriculou numa escola de teatro amador e a partir dali o mundo se abriu. Sua timidez era tão grande que, na peça final do curso de teatro, interpretou uma deficiente visual para se sentir “segura” atrás dos óculos escuros.

Seus pais sempre incentivaram a leitura, lembra até hoje o primeiro livro que ganhou “O tesouro perdido do gigante gigantesco” e as dezenas de gibis que ganhara. Curiosa e sempre esperta abriu imediatamente a última página do livro, para saber o final da história, antes de lê-lo por inteiro.

Na escola, amava as aulas de português, artes, biologia e educação física. Suas redações começavam e terminavam sempre do mesmo jeito com “era uma vez” e “viveram felizes para sempre”. Até que a sua professora de português viu seu potencial e a sua cabecinha recheada de criatividade e passou a dar aulas de redação, após as aulas.

Aos quatorze anos escreveu duas peças de teatro completas para a semana cultural da escola. Uma era a sátira da Escolinha do professor Raimundo e a outra chamava “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”. Não pense que eram peças bobinhas, mas sim muito bem produzidas (por ela e alguns amigos). Aos quinze anos, criou coragem para participar de um concurso de poesia na escola e ganhou. Daquele momento em diante nunca mais parou de escrever. Durante três anos escreveu um livro com cerca de oitenta poesias que está na gaveta há mais de vinte anos aguardando o momento certo para lançá-lo.

Na adolescência fez aulas de violão, basquete e natação (ainda não aprendeu a nadar), mas coleciona com orgulho várias medalhas de esportes coletivos. Adorava cabular as aulas de catecismo para ir ao cinema, mas naquela época não deu conta das aulas de inglês. Definitivamente curada da timidez, foi representante de sala, presidente de grêmio estudantil e organizadora das festas dos amigos e da escola. Foi ela quem organizou toda a festa de formatura do último ano do ensino médio fechando uma pizzaria com todos os alunos e professores presentes, sem exceção. Adulta resolveu aprender guitarra e estudou japonês. Teve até uma banda só de mulheres e nos seus planos ainda está aprender a tocar saxofone.

Cursou jornalismo, roteiro e uma infinidade de cursos complementares, a cabeça cada vez mais explodindo de criatividade. Escreve coisas tristes e divertidas, afinal, tudo é uma questão de equilíbrio. Devora centenas de livros, séries e filmes, mas adora jogar vídeo game e assistir desenhos animados nas horas “livres”.

Os mundos das artes sempre estiveram presentes. Observadora, adora passar horas em museus. Se a convidar para ir a algum, nem pense em sair de lá antes de ver tudo. É sério! Só não tem vocação nenhuma para desenhar, aliás, o único desenho que ela faz são os famosos “bonecos de palito”. Pode rir, eu deixo!

A criatividade dela não dorme e nunca tira férias. Já acordou em plena madrugada para escrever e passou noites em claro escrevendo. Quando as ideias surgem, qualquer folha em branco é um prato cheio – seja um pedaço de guardanapo ou papel higiênico.

A menininha tímida que sonhava em ser escritora se tornou jornalista, ama entrevistar e falar em público. Escreveu e escreve livros, matérias jornalísticas, crônicas, poesias, contos, roteiros e atualmente está redigindo uma peça de teatro profissional.

Seja como aquela menininha sonhadora, faça aquilo que te dá tesão. Lute sempre pelo que te move. Tome um gole de coragem, você consegue! Bora?!

Para ver mais textos de Daniela Houck, confira sua coluna Café com Respeito!
Imagem de Comfreak por Pixabay

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