O Mundo por trás do Romance Ursino Espírito de Jeans – Quando Você Gostaria Que O Seu Melhor Amigo Estivesse Morto?

Ao se escrever um romance ficcional a parte mais prazerosa, e talvez a mais complicada, é decidir como considerar o seu leitor. Um bom enredo vai se encaixando à trama a medida em que os personagens iniciam a sua jornada ao percorrerem as ruas cheias de mistério e intrigas entre os capítulos do livro, construindo assim, a sua história. No entanto, alguns leitores necessitam de uma narrativa mais clara e objetiva sobre o que está se passando para que não percam as dicas que são largadas na estrada como migalhas de pão, para que com elas consigam formar a sua interpretação do que já se passou e possam retornar a acompanhar o desenrolar da trama sem que nada seja perdido pelo caminho ou algo importante seja mal-entendido, para que não ocorra de os acontecimentos seguintes fiquem sem sentido para ele(a).

Talvez o maior apelo visual que o romance espiritualista Espírito de Jeans possui não seja a maravilhosa capa do personagem Max vestido com a sua armadura de cavaleiro templário, revelando com ela uma de suas vidas passadas, mas, talvez, seja o subtítulo da obra: Quando Você Gostaria Que o Seu Melhor Amigo Estivesse Morto?

Mesmo tentando alcançar todos os grupos de leitores e antecipar as possíveis dúvidas que esse subtítulo poderia ocasionar, eu tive a grata oportunidade de ser procurado nas redes sociais para que certos leitores pudessem tirar suas dúvidas na medida em que se perdiam nas páginas deste livro e refletiam sobre a própria vida que levavam. Um misto de orgulho e satisfação de dever cumprido me encheu o coração com as mensagens que se seguiam. Apenas um havia dito, sem ler o romance, que não existia a possibilidade de se desejar que seu melhor amigo estivesse morto. No entanto para uma análise mais ampla, tenho que fazer com que vocês se lembrem de que estamos falando de um romance espiritualista onde vida e morte não são vistas do mesmo jeito como comumente consideramos. Depois, devemos relembrar que estamos falando de um romance gay e de que os personagens principais, antes de se conhecerem e se amarem, eram héteros convictos. E que depois passam a se apresentar para as pessoas que conhecem como “melhor amigo” por puro preconceito que já possuíam antes de se curvarem ao amor entre eles.

Para um mundo estranho e invisível que é a espiritualidade, um espaço não determinado entre os mundos que se tocam e interagem entre si, um dos personagens é levado por inimigos ainda de outras vidas e aprisionado… No mundo dos mortos!  Sabemos que morremos todas as noites assim que o corpo físico adormece e nossas almas ficam livres para se lançarem ao infinito. Assim é feito nesse romance onde três bruxas, do bem, se reúnem para ajudar o nosso herói ao levar a alma de um deles para o Submundo à procura do amor de sua vida.

Quem que estivesse preso no Mundo Inferior não rezaria para que o seu melhor amigo estivesse morto para que pudesse adentrar em um mundo aonde apenas as almas podem entrar e para que aquele que ilumina o seu coração todos os dias pudesse de lá escapar?