O desejo atrás das grades: Um olhar queer sobre as sexualidades no presídio feminino
Silvia Piedade de Moraes, ou simplesmente Silvinha para os amigos como eu, é uma mulher que realmente merece nossa atenção! Conheci Silvinha há mais de 10 anos atrás, na cidade de Guarulhos trabalhando com o Centro de Integração da Mulher, CIM. Ela e mais duas mulheres maravilhosas, Paula e Selita, tocavam os projetos basicamente sozinhas. Sempre tive muita admiração por estas mulheres pela inteligência, um senso de humor refinado e a vontade de fazer as coisas certas mesmo contra a vontade do mundo.
A vida e o mundo nem sempre mantem as pessoas que admiramos e amamos por perto o tempo todo, mas quando estes sentimentos são reais, a distancia não nos impede de comemorar as suas conquistas e agora Silvinha, Silvia Piedade de Moraes, Doutora e Mestre em Ciências nos presenteia com esta intrigante obra:
SINOPSE
Elas conheceram o orgasmo no encarceramento. Gozaram como nunca antes. Cristal diz que não quer saber mais de homem depois que gozou com uma mulher na prisão, mas destaca que não é só isso, tem a atenção, a conversa, o beijo, a escuta. Ela e Diamante afirmam que é difícil gozar com homem, e como Jaspe mais direta afirma “Ah, a mulher te entende sabe, ela faz sexo oral em você, ela vai chorar, não vai te julgar […]”. Essas possibilidades se abrem tanto que Pérola se sente confusa – “mas eu sinceramente não sei o quero para minha vida, se quero homem ou mulher, agora estou confusa.” A orientação sexual é um campo aberto, não é uma essência e sim uma possibilidade. A experiência ampliou o leque de opções e abriu um campo bem democrático de possibilidades para elas. Estar com uma mulher ou com um homem não é mais é uma fatalidade biológica, mas uma possibilidade cultural. Algumas afirmam que ao sair da prisão querem ter relacionamentos com homens novamente. Nesse sentido, adotam para si a fluidez de amar as pessoas e não seus gêneros. É a confirmação de que a heterossexualidade é dada de forma compulsória. Esse é um livro que nos ajuda a compreender que as sexualidades nunca foram o que disseram que era.
Silvia Piedade de Moraes
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6488173560075415
Doutora e Mestre em Ciências: Educação e Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pedagoga com especializações em Direito Educacional, Gestão de Ensino e Educação e Educação Sexual. Membro da SBRASH – Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana. Coordenadora de Programas Educacionais da Prefeitura de Guarulhos atua com formação permanente de profissionais da educação em EaD. Professora no curso de Pedagogia da Universidade Guarulhos. Tem como principais linhas de pesquisa a sexualidade, gênero, direitos sexuais e reprodutivos, Educação em Direitos Humanos e Teoria Queer.
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Foto de capa por RODNAE Productions no Pexels