Desde o final do século XIX, psiquiatras acreditavam que a homossexualidade era um desvio de conduta ou desordem mental. Após anos com essa classificação, estudos científicos mostraram que tudo isso foi um grande equívoco e jamais deveria ter acontecido.
Em 1973, a Associação Americana de Psiquiatria retirou a opção sexual da lista de transtornos mentais do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Dois anos depois, a Associação Americana de Psicologia retirou do rol de transtornos psicológicos.
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina retirou da lista de transtornos a classificação “homossexualismo” apenas em 1985. Mas somente em 1990, a Organização Mundial de Saúde excluiu a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Já em 1999, o Conselho Federal de Psicologia impediu os psicólogos a incentivarem ou proporem qualquer tratamento ou ação a favor de práticas de patologização da homossexualidade.
A psicologia tem um papel importante na orientação e/ou diminuição do sofrimento causado pela rejeição, depressão e ansiedade por conta do preconceito. O número de LGBTQI+ que cometem suicídio é enorme. Não se cura algo que não é doença. Ao contrário da homossexualidade, estudos científicos recentes comprovaram que a homofobia vem sendo considerada uma doença psiquiátrica. Ela sim deve ser tratada, pois, além de doença também é crime. Pessoas não nascem homofóbicas, crianças não são homofóbicas, isso é absorvido de alguma forma.
O sufixo grego de “fobia” significa medo irracional de alguma coisa. O psicólogo americano George Weinberg, definiu a homofobia como “medo de estar perto de homossexuais”. Qual será a razão de tanto medo?!
O médico Dráuzio Varella disse: “Que diferença faz para você se o seu vizinho dorme com outro homem, se a sua vizinha é apaixonada pela colega de trabalho? Se faz diferença, procure um psiquiatra. Você não está legal”.
Aliás, eu acredito na “cura gay” e sabe qual é?!
A “cura gay” que me refiro é quando seus amigos te aceitam exatamente como você é, é quando as piadinhas deixarem de existir quando você chega numa roda, é quando você apresenta seu namorado (a) para sua família, é quando você recebe aquele abraço sincero das pessoas que te admiram, é quando sua (seu) companheira (o) é inserida (o) e tratada (o) como membro da família, é quando seu (sua) amigo (a) heterossexual pode ser somente seu (sua) amigo (a) sem pensar em putaria, é quando você puder entrar numa igreja, seja ela qual for, e não torcerem o nariz para você, é quando você não precisar mais se esconder ou fingir ser quem realmente você é para agradar alguém, é quando você puder ser livre e viver sua vida como qualquer cidadão.
A “cura gay” que todos precisamos chama-se RESPEITO. É como a reciprocidade, a gente só pode morar num coração que nos aceita. Essa “cura” tem que partir do outro, não cabe a nós. A homossexualidade não tem cura, mas a homofobia SIM!
Que venham dias melhores, pessoas melhores, seres humanos melhores, sejamos melhores. Até a próxima semana com muito respeito para todos nós!
Para ver mais textos de Daniela Houck, confira sua coluna Café com Respeito!
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