Maria, não tenhas medo
Não tenhas medo de me tocar
Mas vai, e carrega em teu coração
Essa flama, esse lume
Que te faz todos os dias, renascer
Não tenhas medo de me tocar
Pois carregas
A videira que floresce
Esplendente à luz do sol
Luzente, a produzir
Folhas, flor e fruto
Morta, estarias
Se virasses as costas ao teu irmão
Se teu egoísmo
Suplantasse
A manhã que nasce, renasce
Todos os dias, dentro de ti
Não me toques
Se permaneces indiferente
Aos oprimidos, aos frágeis, aos doentes
Mas se, em teu coração
Fores capaz de olhar teu irmão
Não tenhas medo de me tocar
Pois sabes que sou a videira e vós os ramos
Essa videira luzente, sempre
A ressuscitar.