Embora eu sempre fale sobre filmes aqui na coluna, hoje resolvi falar sobre o meu mundo na “telinha menor”. Não só o cinema se fez importante para a minha formação como pessoa, mas a TV também teve a sua parcela de importância. Nos anos 80 e 90, os seriados e as sitcoms começaram a fazer parte da minha vida. Pela manhã assistíamos aos programas infantis com sua infinidade de desenhos animados que faziam a nossa diversão e a tarde tínhamos na TV Globo a “Sessão Aventura” que sempre trazia um seriado em cada dia da semana. Outros canais de TV também faziam a sua parte trazendo outros seriados e reprises de seriados antigos.
Lembro-me com clareza de assistir muitos episódios do Capitão Marvel, A Poderosa Ísis, O Elo Perdido, Super Vicky, A Bela e a Fera (um dos meus favoritos), Anjos da Lei, Anos Incríveis e tantos outros. Com a chegada da adolescência nos anos 90 vieram também os seriados dirigidos para o nosso público na época e surgiu então Barrados no Baile (Beverly Hills, 90210) que para mim foi extremamente marcante, afinal de contas fez parte da minha vida durante 10 anos. Vieram então tantos outros como SOS Malibu (Baywatch), Blossom, Saved By The Bell, Plantão Médico (mais 15 anos da minha vida), Arquivo X, O Quinteto (Party of five), Buffy – a Caça-Vampiros, Angel, Felicity, Roswell, One Tree Hill e por aí vai.
Lembro-me muito da importância de Melrose Place ter o personagem Matt Fielding (Doug Savant) como um médico assumidamente gay, mas que sempre teve a sua vida afetiva barrada pela Fox. A emissora sempre boicotava qualquer cena mais íntima entre o personagem e o namorado, tanto que uma famosa cena de beijo chegou a ser filmada e divulgada, mas nos minutos finais não foi ao ar.
Pouco tempo depois fomos agraciados com Dawson’s Creek, série adolescente pioneira em exibir um beijo gay protagonizado por um dos personagens principais, Jack (Kerr Smith). O difícil era não se reconhecer em diversas situações vividas por Jack, como o bullying na escola e o preconceito dentro da própria casa. Com o passar dos anos e com a abertura maior em termos de representatividade, as séries passaram a lidar com problemas “mais reais” do cotidiano dos telespectadores.
A partir dos anos 2000 o público LGBTQIA+ passou a ter séries que retratavam ainda mais a sua vida: Os Assumidos (Queer as Folk era a versão americana do seriado inglês de mesmo título) e The L World. Ambas as séries estavam aí para mostrar pessoas sendo pessoas e vencendo o preconceito.
Não poderia deixar de mencionar Glee e os meus dois casais favoritos: Kurt Hummel (Chris Colfer) e Blaine (Darren Criss) e Santana (Naya Rivera) e Brittany (Heather Morris). Acredito que nenhuma outra série tenha feito tanto em prol da diversidade quanto Glee.
Poderia passar horas falando sobre seriados, afinal de contas eu já estou beirando os 44 anos e já se foram anos e anos em frente a TV. Alguns desses seriados constam nos catálogos dos serviços de streaming (Globo Play, Netflix e Amazon Prime).
E você? Quais foram as séries que marcaram a sua vida?