Péricles Formigoni |
Quanto investir em um treinamento?
O valor de investimento em treinamento é uma questão muito interessante de avaliar em nosso País e nossa Cidade, todos nós acreditamos que qualificação profissional e pessoal é importantíssima, pois forma capital humano, forma capital intelectual, mas na verdade a maioria das pessoas não está disposta a investir nada em treinamentos, o que as pessoas querem mesmo são milagres, de um lado não querem investir nada e de outro acreditam que apenas treinamentos caros são bons, como se o valor a ser pago necessariamente refletisse no conteúdo a ser aprendido.
Neste ponto, nem sempre o treinamento mais caro é o melhor, ou pelo menos o mais adequado, existem muitas palestras, oficinas e cursos gratuitos pela cidade que tem qualidade superior a muitos cursos pagos, em contrapartida existem muitas grifes em treinamento que na prática não representam um conhecimento agregado e muito menos sabedoria.
As pessoas e corporações acabam se perdendo em custos elevados de treinamentos de grife e esquecem de bons profissionais, muitos deles independentes que tem muito no que colaborar e dentre outras coisas, tem muita flexibilidade no sentido de se adaptar a realidade das empresas e dos treinandos.
Por exemplo muitas instituições como a nossa realizam treinamentos, oficinas e projetos de baixo custo, aplicando conceitos sociais e perspectivas de sustentabilidade, mas a maioria das empresas não visualiza nossos treinamentos como uma opção viável, por preconceito ou por desconhecimentos talvez, mas certamente ainda acreditam que o mais caro é o melhor, e acabam pagando por uma embalagem ao invés do conteúdo em si.
No nosso caso, nossos treinamentos além de gerar renda e empregos, o que neste ponto todos geram mesmo ou pelo menos deveriam, têm o diferencial de que o valor é revertido em projetos e programas mantidos pela Ong. Para a empresa nada muda além de pagar menos e auxiliar projetos, mas para nós e outras instituições muita coisa pode mudar.
Desta forma, na próxima vez que puderem fazer uma atividade de reciclagem, requalificação, motivação ou mesmo formação continuada, procurem ser mais criativos e inovadores, buscando parceiros no social, as ongs não mordem e desta forma também podemos separar o joio do trigo, no sentido de ver se a instituição realmente tem comprometimento com o social, ou então vamos continuar recebendo por goela a baixo os enlatados de sempre que na prática não fazem diferença além de um pedaço de papel bonitinho!