Outro dia, na calada da noite, numa dessas minhas “voltas terapias”, chutando os punhados de areias que apareciam em minha frente, olhei pra cima uma luz ofuscante cortar um céu mal estrelado, algumas nuvens completavam a paisagem do fim do dia. Uma estrela cadente!
Pensei na minha infância e na velha lenda de fazer um pedido pra qualquer estrela cadente que cruzasse meu caminho e como todas elas falharam na missão que lhes eram entregues. Uma perda de tempo!
E aquela transmissão de responsabilidade, que fui obrigado a fazer por toda a minha jornada pareceu completamente injusta com algo tão belo do universo como uma estrela cadente, ninguém deveria ter o encargo sobre os acontecimentos (ou falta deles) na vida de alguém. Pensei!
Dei mais alguns passos e olhei para o céu procurando aquilo que já poderia ter partido, mas não, estava em seu percurso, indo pra casa, e antes que fosse, poderia tentar por fim, pela última vez. Pedi!
Sei que não fui muito gentil contigo, por não ter meus desejos realizados no passado, mas entendo que não é culpa sua e lamento por não ter percebido antes. E se eu pudesse desejar uma última coisa, aposto que diminuiria o seu ritmo e atenderia. CONFIANÇA!
Por Thiago Ricelli para o Reverso do Verso