Anderson Andrade |
Respeitável público
Dois segundos, o que se faz nesse tempo?
É difícil pensar e calcular o que fazer nesse período correto?
Não para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol (STJD), para o STJD dois segundos são o suficiente para um jogador se enfurecer e agredir um árbitro pelas costas…
Vamos ao fato Vila Belmiro Santos e Corinthians jogavam e o volante Petros tenta uma tabela com o armador Jadson, mas o árbitro Raphael Claus, atrapalhou a jogada e na corrida o volante corintiano, empurra o juiz com o cotovelo. Na hora tanto o jogador, quanto o árbitro consideraram o lance normal, porém a mídia e os especialistas da esfera esportiva o lance foi premeditado e o juiz agredido!
Sim o árbitro foi agredido e a discussão se teria sido intencional ou não pouco importou, afinal se foi ou não foi, não cabe a minha pessoa julgar para os “especialistas” que passaram a semana inteira discutindo o lance na TV, no rádio e nas redes sociais o jogador é maldoso, e teria feito intencionalmente.
Com base nas imagens e claro nas opiniões o STJD (leia-se aqui o procurador Paulo Schmidit) decidiu denunciar o jogador e a pena para quem comete esse tipo de agressão é de até 180 dias ou se preferir seis meses.
Quando o STJD foi julgar o jogador a pena imposta foi a máxima. Justo? Injusto? A discussão continua, fato que o volante está sendo execrado pela mídia e mesmo tendo sido utilizado argumentos de alguns comentaristas que acharam o lance normal Petros foi suspenso e o Corinthians tenta um efeito suspensivo, já que como todo julgamento cabe recurso.
No mesmo jogo torcedores santistas atiraram um copo com água na direção do goleiro Cássio e o lance foi relatado na súmula original, o veredicto, Santos absolvido de culpa pelo comportamento dos torcedores.
E o senhor Raphael Claus que não havia relatado o lance, mas após ver as imagens pela TV decidiu relatar a “intenção” do jogador de agredi-lo, por que não relatou antes, ou ele também foi influenciado pelo circo que tomou conta dos programas esportivos.
Só que isso não é o mais grave no ano passado pela Copa do Nordeste, o então jogador do Vitória Renato Cajá deu um tapa no rosto do árbitro Gilberto Rodrigues Castro Junior, fora isso o meia Escudero e o técnico Caio Junior ofenderam o juiz e insinuaram que o mesmo estava “roubando” o rubro negro baiano, já que o Vitória foi eliminado pelo Ceará! A pena? Dois jogos de suspensão para Cajá, enquanto o técnico pegou apenas um jogo e o jogador Escudero foi absolvido… tá aposto que muitos que estão lendo nem sabiam dessa confusão, afinal quem é Cajá e qual a mídia que o Vitória da Bahia último colocado do Brasileiro atual e na época na série B tem? Nenhuma, afinal eles não jogam numa das maiores equipes do país, que junto com o Flamengo recebe a maior cota de TV para transmissão de seus jogos, não geraria audiência falar do lance na época exaustivamente, pois com todo respeito aos envolvidos são os famosos quem?
O julgamento do jogador corintiano se transformou num verdadeiro circo, com direito a picadeiro e palhaços, o final todo mundo já sabe, o Timão conseguiu o efeito suspensivo e após novo julgamento a pena do jogador foi reduzida de seis meses para apenas incríveis três jogos! Isso só mostra que o nosso Superior Tribunal de Justiça Desportiva é fortemente influenciado pela mídia e que queria aparecer na mídia, pois depois que o assunto deixou de ser importante para grande mídia, os auditores do caso julgaram novamente e tudo voltou à normalidade, afinal bater na cara, ofender e empurrar para um árbitro para eles é a mesma coisa!