Se queres te libertar
Livra-te dos grilhões
Que em ti há
Nunca cesses de sonhar
Conserva
Em tua alma
A hera, o tirso
Sê Daimon de si próprio
Anda, como um tíade
Com vigor, força, coragem
Por esse mundo selvagem
Repleto de movimento
Sob a luz do luar
Com a tocha flamejante
Nas manhãs a raiar
Tem rente a ti
Sempre o horizonte.
Não te inquietes
Com o lancinante devir
Enfrentai o caos
A solidão
O inverno, a tempestade
Que tantas vezes chega
Com a lança da realidade
Guerreias
Liberta-te de ti mesmo
Vence-te
Mantém-te sereno
Aprende
Que teu coração a bater
Canta a canção
Que existe, eleva-te, resiste!
Queres a liberdade?
Entendes…
O viver
Impermanece
Movimenta
Fortalece
Queres a liberdade?
Então saibas
Que o existir
Intenso, exuberante
Outrora e agora
Dói
Destrói
Para te reconstruir
Te faz nascer, renascer
Pleno de ti
Para que
Por onde andares
Possas
Ultrapassar
Tua própria fronteira
Ergues tua fronte ao sol
Agradece a teu deus
Pois ele te mostra que
Só tu
És e serás
A peito aberto, em ti mesmo
Liberto.
Mavetse Dionysopoulos