Saber “lidar” com as redes sociais definitivamente não é para amadores. É preciso ter cautela para entender como funciona esse “mundo” cheio de complexidade. Certa vez, um amigo me disse que, não tinha redes sociais pelo simples fato de achar que toda solicitação de amizade que chegava eram convites para sexo. Como ele teve sérios problemas com isso, optou por não tê-las.
Entendo que a carência pode nos levar a fantasiar situações diversas, principalmente nas redes sociais, mas curtida não é afeto ou convite para sexo. Para isso existem aplicativos mais específicos e direcionados para relacionamentos ou sexo casual. Curtida é curtida e ponto final.
As redes sociais estão deixando muitas pessoas depressivas, principalmente os jovens. Desde julho do ano passado, o Instragram passou a esconder o número de curtidas e visualizações dos nossos seguidores para evitar com que as pessoas sintam como se estivessem numa competição. Os números de curtidas e outras estatísticas são restritas apenas a nós, confesso que gostei muito da ideia.
Um dos trabalhos que desenvolvo dentro da comunicação é o de social media e hoje observo outros tipos de “competições” ou neuroses dentro das redes – conforme mencionei no meu texto no início do mês: “Chuva de live que cai sem parar”.
Eu, por exemplo, curto tudo o que acho legal sem pudores e isso não significa que vou perseguir ou sequestrar alguém na vida real. Conheço pessoas que iriam adorar, mas calma, tudo tem limites (risos).
A minha percepção é bem perspicaz nas redes e logo distingo: indiretas, diretas e mensagens nas entrelinhas. Para muitos podem passar despercebidos, mas consigo até perceber quando alguém não está bem, sem precisar me falar uma só palavra.
Quem me conhece sabe que sou muito direta e gosto de falar principalmente olhando nos olhos. Não tente me decifrar pelo que posto. Costumo postar tudo o que acho interessante naquele instante: frases, músicas, fotos e matérias com temas diversos. Não dá para saber se estou feliz, apaixonada, triste, traindo ou me separando. É exatamente assim – gostei, postei. Pode rir, eu deixo!
Através das redes sociais, reencontramos e nos conectamos com pessoas distantes, criamos novas amizades, surgem oportunidades de trabalho e novas formas de nos conectarmos com o “futuro”. A tecnologia usada de forma adequada e ponderada é sensacional. Na realidade nós somos as cobaias dessa grande bolha, por isso devemos ter cautela.
Se eu curto tudo que alguém posta é porque realmente gosto daqueles posts. Se postar é para curtir, certo?! Se não, qual o sentido de postar?! Não confunda curtida com afeto, afeto é muito diferente. Quando existe afeto a gente sabe, a gente sente.
Por Daniela Houck,
para sua coluna Café com Respeito!