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Péricles Formigoni |
Especialmente para as Mulheres!
Nesta edição estamos homenageando as mulheres, me remete a seguinte reflexão: o que faz de uma mulher mulher? Simone de Beauvoir já nos ensinava que “não se nasce mulher, torna-se!” , e assim paro para pensar mais um pouco sobre identidade de Gênero, e as diferenciações que os homens e mulheres criaram no decorrer do tempo para definir papeis e tentar viver em equilíbrio.
Assim temos elementos e trabalhos do universo feminino e elementos e trabalhos do universo masculino. Tarefas de casa tradicionalmente femininas e o mundo do trabalho tradicionalmente masculino, cuidar dos filhos tradicionalmente feminino e cuidar da família tradicionalmente masculino e assim por diante
Fico me perguntando até que ponto estas concepções tradicionais da sociedade funcionaram e não estou falando neste momento sobre diversidade sexual, estou falando somente sobre o ponto de vista heterossexual.
Casamentos arranjados, mulheres submissas, mulheres escravizadas, acorrentadas, humilhadas, mulheres que viviam em função de servir ao pai e depois ao marido, cuidando dos afazeres domésticos e dos filhos.
E hoje, o que mudou? Muitos falarão que muitas coisas mudaram para melhor, outros que mudaram para pior, eu particularmente questiono até que ponto a mulher se libertou.
Hoje as mulheres realizam o trabalho dos homens, e homens se vêem obrigados a assumir o trabalho das mulheres, mas observe… continua havendo trabalho de homem e de mulher! Continua havendo a tendência da sociedade aceitar uma mulher que vive sustentada e submissa ao marido, mas também se vê indignada quando uma mulher sustenta e submete um marido a cuidar da casa e dos filhos.
Assim não sei se o mundo mudou ou se as mulheres ainda continuam tentando ser homens e se esquecem de serem elas mesmas… mulheres querem ganhar como homens, Mulheres querem os mesmos direitos dos Homens, mulheres querem agir como homens no sentido estrutural de sustentar a família, não como uma mulher faria, mas como um homem faria e neste sentido ainda algumas reclamam de uma dupla jornada! Dupla jornada? A de homem e a de mulher!
As pessoas precisam se libertar da identidade de gênero, de serem homens e mulheres para serem apenas humanos, existem diferenças entre homens e mulheres, claro, mas existem diferenças muito maiores entre mulheres e mulheres, entre pessoas e pessoas… Mulheres devem se tornar humanas e não homens.
O papel da mulher não existe se ela se libertar das armadilhas sociais para apenas estar ligada a sua natureza biológica e partir para uma jornada real de vida na qual define suas prioridades a partir dos seus sentimentos e valores, e não de pensar no que um homem faria ou uma mulher faria.
Assim espero que as mulheres e homens que leiam nossa edição, e minhas humildes palavras parem para refletir se estão fazendo o que realmente querem ou estão apenas tentando provar valor para uma sociedade hipócrita que no fundo não vale nada, que apenas tem interesse de aprisionar as mentes, e criar diferenças para que o conflito alimente a manutenção da ordem… uma ordem que beneficia apenas quem se beneficia, e não quem quer amar.
Tornem-se Mulheres, Tornem-se Felizes, Tornem-se humanas, de dentro pra fora com a força do coração de cada uma de vocês! E acima de tudo, seja quem for que esteja lendo o nosso boletim, Liberte-se e Seja Feliz!