Raphaelly Bueno |
Ano Novo, Vida Nova?
Pois é, mais um ano se vai e um novo vem. 2013 é um daqueles anos em que pensamos “poderia ter sido mais”.
Para a comunidade LGBT muitos avanços significaram uma esperança de igualdade em sua plenitude e significado, porém estes avanços, em sua maioria, ocorreram em outros países.
O Brasil, apesar de ser um dos Estados Federativos mais importantes da América Latina, ficou mais uma vez para trás, isto porque ainda há uma dificuldade deste país, regido ainda por fundamentalistas religiosos, de se desligar de um pensamento limitado quanto à diversidade sexual. Parece não ter sobrado uma marca, ainda que de leve, dos protestos de Junho, parece ainda, que aquela chama do patriotismo, senso de justiça e igualdade, estão novamente caindo no campo do conformismo e, isto me espanta!
Prova do retrocesso do Brasil em respeito aos direitos LGBT, foi a retirada do Projeto do Novo Código Penal quaisquer menção a “orientação sexual” e “identidade de gênero”. Já o PLC 122/06 que criminaliza a homofobia, ficará atrelado à discussão do Novo Código Penal, o que poderá (e vai) levar muito tempo, enquanto isso, mais uma vez, os direitos da comunidade LGBT foram jogados ao escanteio.
Sem contar os inúmeros casos de agressão, que são em sua maioria, tentativas de homicídio, que não são levados ao júri, ainda que haja uma lei Estadual em São Paulo Anti-Homofobia, pois há uma certa dificuldade de estes crimes serem evidenciados. Mesmo que com provas contundentes como um testemunho por exemplo; foi o que aconteceu ao jovem André Baliera que foi agredido há um ano, enquanto caminhava na rua, por dois homens que o ofendiam com termos como “viado”, apesar de uma testemunha afirmar ter ouvido que iria “bater até morrer” e os policias precisarem interferir com cacetetes, a 5ª Vara do Júri de São Paulo se recusou a enviar o caso ao júri, por tentativa de homicídio, como consta informações no blogay da folha, por Vitor Ângelo.
Disso o que podemos concluir é que nosso país, deitado eternamente em berço esplêndido, foi tirar uma longa sesta após o banquete de protestos ocorridos no meio do ano. Então, 2014 está vindo, espero que ao invés de consumir os produtos do PinkWashing (como as novelas da globo, que por diversas vezes, abordam algum personagem Gay), a sociedade possa entender a diversidade sexual, respeitá-la e, se for a vontade se divertir ao nosso lado, o lado bom da vida que é ter a certeza que não se está à margem de uma sociedade, mas que se é uma parte fundamental que a integra.