A resistência das mães atípicas – PARTE I

Ser mãe de uma criança com necessidades especiais é enfrentar uma batalha constante, onde cada dia é marcado por desafios que muitas vezes parecem intransponíveis. É uma jornada de amor, dedicação e força, mas também de cansaço, dúvidas e medos. Ser uma mãe atípica significa lidar com um mundo que não foi feito para acolher a diferença, onde a inclusão ainda é uma promessa distante.

 

Nessa trajetória, há momentos em que o cansaço parece insuportável, onde as forças parecem minguar. No entanto, há algo que sempre renasce dentro dessas mães: a resiliência. A frase de Conceição Evaristo, “eles combinaram de nós matar, mas nós combinamos de não morrer”, ecoa poderosamente nessa realidade. Cada barreira que se levanta, cada preconceito enfrentado, cada olhar de desdém ou indiferença, reforça o compromisso de seguir em frente, de lutar pela vida e pela dignidade de seus filhos.

 

Essa frase de Evaristo não é apenas uma denúncia das injustiças, mas um grito de resistência e de afirmação da vida. As mães atípicas, tal como os personagens de “Olhos d’água”, recusam-se a ser subjugadas pelas circunstâncias. Elas encontram forças na solidariedade, na união com outras mães, na busca incansável por terapias, tratamentos e, principalmente, no amor incondicional que têm por seus filhos.

 

Aqui, acrescento minha tese: as mães atípicas precisam se organizar para não morrer e acabar com a máxima instaurada no nosso sistema de Sun Tzu, “dividir para conquistar”, pois não podemos permanecer divididas. Temos que resistir juntas e fazer valer um dito da cultura popular brasileira: “ninguém solta a mão de ninguém.”

 

Foto de capa por Allan Mas de Pexels

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