O filósofo Irving Copi descreve no livro “Introdução à Lógica” que a falácia ad hominem é usada como base para rejeitar uma conclusão defendida por um opositor.
Argumentum ad hominem é aquele que ataca o caráter de uma pessoa e não o que ela está dizendo. A intenção é desviar a discussão, descredibilizar o indivíduo e invalidá-lo. Ataca-se diretamente a pessoa e nunca o argumento. Os ataques são sempre pessoais, abusivos e/ou agressivos. O agressor não permite a verbalização e opinião – mesmo que lhe apresente evidências. Talvez você nunca tenha escutado esse sofisma, mas com certeza já deve ter sentido na pele ou presenciado.
Quando a pessoa pratica este tipo de ataque é sempre para desqualificar o oponente. A pessoa é impedida de explicar ou apresentar provas. O argumentador é sempre desqualificado com desonestidade. Geralmente, quem faz uso dessa falácia acaba se “sentindo bem”, pois recorre para as emoções do espectador. O intuito é neutralizar o assunto apelando para questões psicológicas.
Pessoas sem argumento, intelecto e incapacidade cognitiva costumam depreciar os outros. Parece que virou tendência se sentir bem atacando o próximo. Eu já passei por isso e confesso que é horrível. Antigamente discutia, chorava em silêncio. Observe, esses ataques costumam vir de gente hipócrita e sem moral nenhuma. Hoje abstraio e finjo demência.
Um pouco divergente da lógica de Copi, as mídias sociais concentram um número exponencial de ataques ofensivos, só que na ocasião, praticada por haters (odiadores). Gente frustrada e fracassada que se esconde em perfis falsos para praticar o cyber bullying, ou seja, atacar qualquer tipo de pessoa que possua opiniões discordantes das deles. O padrão comum é sempre o discurso de ódio – seja de cunho político, religioso, físico, cultural ou sexual. Críticos sem critérios. São tão covardes que têm medo de mostrar o rosto.
Diferentemente dos haters, os trolls – são pessoas desocupadas que gostam de causar em postagens alheias. A ideia inicial é apenas chamar a atenção e mudar o assunto em discussão. Ocasionalmente, os comentários possuem uma pitada de humor e costumam ser inofensivos. Mas, o foco principal é causar balbúrdia.
A escritora Agni Shakti disse: “Na falta de argumento a ignorância usufrui da agressividade e da ofensa como modo de ataque”. Indiscutivelmente, observamos isso por todos os lados. Políticos, religiosos, cidadãos comuns e de “bem”.
O silêncio é a melhor defesa. Abstraia e finja demência!