Num piscar de olhos nos vemos perseguidos por uma enxurrada de lives. No início, eram shows online promovidos para arrecadar fundos em prol da pandemia. Até aí tudo bem, mas de repente, surgiram lives totalmente desconexas, repetitivas e cansativas.
Agora todo mundo virou jornalista e entrevistador (a), como se isso fosse fácil. Entrevistar requer talento, carisma, organização, criatividade, espontaneidade, além de uma excelente comunicação. É preciso também ser um entusiasta – demonstrar entusiasmo por aquilo que se está falando, vivenciar e estudar o que será apresentado. Tem gente que pensa que é algo automático, ligou a câmera e pronto, mas não é. Entrevistar é uma arte, não é bagunça.
Você vai me dizer: assiste quem quer e eu te respondo: qual o motivo de tanta exposição desnecessária?! Observo pessoas totalmente vazias à procura de seguidores quase que vinte e quatro horas por dia. Acho que para alguns essas lives virou uma competição ou talvez queiram algum título no livro dos recordes. Só pode!
Hoje, a maioria das pessoas se classifica como pessoas públicas, influenciadores, comunicadores, jornalistas, produtores de conteúdo. Calma aí, tudo isso exige muito estudo. Será que você realmente influencia alguma coisa?! Muitas vezes não! Cuidado, exposição de mais cansa, sufoca. Você pode estar cavando seu próprio fracasso.
A busca frenética por seguidores faz com que algumas pessoas caprichem na bizarrice. Vi esses dias uma montagem com uma colagem deprimente aumentando o número de visualização da própria live, pós live. Detalhe: a live tinha cinco pessoas e “milagrosamente” surgiram mais duzentos fantasmas (risos). Outra montagem mostrava uma pessoa nadando com tubarões, num lago, no Brasil. Aí pergunto: qual o cúmulo do ridículo para essas pessoas?! Qual o sentido de mostrar aquilo que não é?! Acho que o nome dessa “doença” é frustração.
Assisti muitas entrevistas online com assuntos interessantes, mas cuidado com o que você absorve. Saiba priorizar bons conteúdos. Quer fazer uma live, faça, mas faça bem feito. E você, o que tem absorvido de interessante nessas lives?!
Por Daniela Houck,
para sua coluna Café com Respeito!
Image by Gerd Altmann from Pixabay