O sexo casual é uma relação de respeito. Não é pelo fato de você ter um ou vários parceiros sexuais que o respeito ao outro deve ser manchado. Pelo contrário, exercer o respeito em suas relações sexuais casuais é devolvermos, a essas, seu lugar de qualidade de vida e produção de bem estar biopsicossocial.
Romantizamos a ideia de que somente em uma relação monogâmica e estável é que o respeito ao outro, no ato sexual se torna inerente, e que sua ausência em outros tipos de relações sexuais, que fogem a essa margem, justifica-se que o desrespeito apareça.
Pense quantas vezes já não reproduzimos ou ouvimos dos outros que devemos nos respeitar mais, “se dê ao respeito, menina/menino!”, quando estamos em relações sexuais casuais. Essa é uma construção de mundo apoiada em uma ideia exclusiva de que somente no matrimônio o sexo pode ser exercido com respeito.
Muitas vezes, essa ideia faz com que retiremos dos outros o lugar de sujeito para colocá-los no lugar de objeto de nossos desejos. Assim sendo, temos uma reificação do outro.
O respeito deve vir antes do amor. O respeito deve ser parte do erotismo e da construção de nossas fantasias. Etimologicamente respeito, do latim respectus, quer dizer “ação de olhar para trás; consideração, atenção, conta; asilo, acolhida, refúgio”. E se colocarmos isso como um pano de fundo, um terreno sólido para todas as nossas relações sexuais casuais, teremos um lugar que desmarginaliza e pode ser ocupado por formas saudáveis de erotismo. E o que quero dizer com isso: não permitiremos os abusos, assédios e estupros.
Teremos no sexo outra forma de exercer a nossa alteridade, talvez até uma mais refinada, que procura alcançar a satisfação do outro ao mesmo passo que nos satisfaz. Vamos mudar o paradigma, que os outros não sejam mais nossos objetos de desejos, mas sujeitos da realização de nossos desejos.
Para ver mais textos de Sérgio Lourenço, confira sua coluna Queer-se.
Foto de Ketut Subiyanto no Pexels
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Uma resposta
Percebo é que aos poucos, o homem vai deixando o futebol “entre amigos” por começar a ter o amigo amante! Já ouvi pergunta de um amigo se o fato dele namorar mulher seria “problema” para termos uma relação fluída? Respondi que a Bissexualidade era dele e, Não interferiria em nossas transas, mas penso que ela deveria saber! Durante nosso “romance” ela não soube e acabamos porque nas entrelinhas ele sentiu ciúmes de outro homem que viesse conversar comigo! Ai faltou da parte dele a compreensão dos recessos e férias: longo período que eu e ele não “ficávamos” e quando a gente é resolvido sexualmente, haverá sempre quem perceba nossa carência e, inclusive num período longo desse, um outro amigo meu disse sentir atração por mim, mas como sabia que eu estava me relacionando de maneira “fixa” com outro homem não havia “chegado”. Pelo carinho dele e consideração galgou a minha preferencia e exclusividade!