Oi pessoal, sejam todas e todos muito bem vindos ao boletim Pró-Diversidade! Já é um chavão falar que vivemos em tempos de excesso de informação e o mais importante é sabermos o que fazer com esta informação, assim também vivemos em tempos de excesso de opinião e minha vontade é de, às vezes, explicar para as pessoas o que fazer com estas “opiniões”…
Entretanto, algumas “opiniões” podem dar movimento a interessantes idéias, hipóteses e teorias, podem nos oferecer pontos de vista e visões de mundo, podem ajudar a construir um mundo melhor. Quando falamos de opinião, acredito que todos devam ter uma, e até mesmo a opinião “emprestada” de alguém também é uma opinião, mas um problema real reside em quando uma opinião vem como uma tentativa de colonizar o outro ou impedir que outras opiniões possam surgir e daí surge os termos opressão, ditadura e fascismo.
Ainda sobre dar e receber opiniões temos duas situações que não sei se acontecem somente comigo, a primeira “a pessoa pede a minha opinião, ouve e depois fala a opinião dela tentando destruir a minha e se afirmando e reafirmando como verdade universal e não apenas como opinião, não importa o que eu fale, ela não vai mudar de ideia, ouve o que eu digo simplesmente para poder falar o que ela acredita”, e a segunda “a pessoa pede a minha opinião sobre algo que já está tomada a decisão, ou que o fato já esta resolvido, ou sobre um fato passado que não tem relevância, e então perco o meu tempo falando e falando para uma pessoa que já resolveu o que vai fazer, independente do que eu diga, mesmo, pois às vezes já está feito mesmo”.
Nesses casos me pergunto o que devo fazer? Falar por falar? Parar de Falar? Construir uma bolha na qual minha opinião seja levada a sério e valorizada? E a grande questão de todas é, será que vale a pena dar tanta opinião, e ter de ter opinião sobre tudo? Ou começarmos a direcionarmos as pessoas um pouco mais para a ciência de modo geral, na qual as minhas e suas opiniões pouco importam?
Talvez, para a gente conseguir de derrubar a “opinião do outro” tenhamos também que abandonar a defesa da nossa, por exemplo: A pessoa me pergunta sobre “engenharia” e pede a minha opinião, melhor não dar e mandar o fulaninho procurar uma pessoa com mais conhecimento…
Sim! O conhecimento está perdendo cada vez mais importância na nossa sociedade, se é que tem ainda alguma, e isto é assustador! Na disputa Informação x Opinião x Conhecimento, as informações são manipuladas, a opinião é muitas vezes um discurso simplista impregnado de preconceitos e mediocridade e o conhecimento não é valorizado, pois também quem detém este conhecimento está perdido numa imensidão de manipuladores de informação e de especialistas em opinião.
Hoje quem detém conhecimento não é consultado para quase nada, a não ser que tenha uma boa embalagem. Pessoas super inteligentes não são valorizadas a não ser que esta inteligência seja para ser um gerador de opinião (influenciadores digitais e pessoal de mídia) ou administradores de informação (meios de comunicação em massa e imprensa em geral).
Neste ponto temos de explicar que o conhecimento não é só o formal, ou seja, aquele que pode ser comprovado com diplomas e certificados, mesmo porque estes documentos podem ser questionáveis, um diploma nos tempos modernos está mais para quem pode “pagar” ou “bancar” do que para quem têm competência para tal, mesmo em cursos públicos e gratuitos, nem sempre as pessoas que poderiam e mereceriam estudar neles são as que têm real acesso.
Outro dia me convidaram para um curso gratuito, mas era de segunda a sexta das 14 às 16 horas, durante 4 meses… Quem tem 43 anos como eu, família, trabalho e condições de estudar assim? Só quem tem condições econômicas e sociais para isto é claro… Privilégios! Mas, apesar de tentador, não vamos nos desviar do assunto agora e vou abandonar a minha opinião sobre isto para voltar ao conhecimento.
Ter conhecimento e ter o domínio sobre determinado assunto, seja pela teoria pela prática ou ambos, é a sapiência, o aprendizado pelo costume e pelo estudo, é ter o exercício, a experiência, o hábito, o saber, a tarimba, o traquejo e, sobretudo, a ciência, a compreensão e a consciência. O conhecimento pode ser atestado por papeis como falei, mas pode ser pela notoriedade, pelo respeito pelo saber popular, cultura e tradição, porque não?
Entretanto o conhecimento tem como requisito ser sempre superado, aperfeiçoado e assim não ser nunca definitivo e fechado, assim evoluem as idéias, e assim evoluem ou deveria evoluir a humanidade, e assim na minha opinião, por ser tão libertário o conhecimento, por ser tão democrático e “arreganhado” o conhecimento e por conseqüência a ciência, ele acabou sendo “violentado” e a ciência “estuprada” por uma legião de boçais que por opinião própria ou emprestada vivem a “bostejar” sobre tudo e todos hoje na nossa sociedade.
Bom então… o que fazer? A resposta é simples apesar da dificuldade e complexidade do tema. Temos de valorizar a opinião de quem tem conhecimento sobre o assunto, e parar de dar tanta atenção para pessoas que vivem o vazio de sua existência, e principalmente, cuja opinião esteja sempre atrelada ao conhecimento meramente político.
Temos de buscar a “humanização do homem branco” e para isto, dar voz a opiniões de homens e mulheres, brancos ou não, mas que tenham conhecimentos relevantes a expressar, experiências, vivências, desabafos, sofrimentos e histórias de vida transformadoras que são ignoradas pelos ignorantes do saber e ao mesmo tempo menosprezadas pelos grandes veículos de alienação, desculpem, informação.
Apesar de tudo que disse, sobre conhecimento, este artiguinho expressa somente a minha opinião, se você concordar ou não comigo, que isto lhe traga algum conhecimento e quiçá possa se transformar um dia em sabedoria, o que já é outra história.
Uma resposta
Concordo com você em alguns termos , mas como você diz sou um anarquista.bjsss