A infância moradora de rua
pinta o rosto
e usa sandálias de flor vermelha.
A infância moradora de rua
não mais come luz,
brinca embaixo do viaduto,
atravessando a avenida
com um balão azul partilhado entre três.
A infância moradora de rua não é uma anáfora.
É uma repetição.
No som do alto falante uma canção dançante.
Aqui, meu olhos registradores, mas balouçantes.