Barbie chegou aos cinemas e se por um lado vem fazendo uma excelente bilheteria e ganhando o coração de muita gente, por outro lado aqui em nossa bela nação insular a boneca arranjou uma bela briga com setores mais conversadores como a igreja e alguns homens que disseram que o filme é uma ameaça aos valores cristãos e que seu discurso é de ódio aos homens. Mas será que isso é de fato verdade? Nesse texto vou tentar responder os motivos que levam a esse pensamento, e teremos alguns spoilers da trama, então quem não gosta muito disso já recomendo ler após ver o filme (Que eu fortemente recomendo, é muito divertido).
Esse filme é anti-homem?
Bom, essa resposta é bem simples. Não. Barbie tem um discurso bem direto sobre como mulheres são tratadas nesse mundão nosso que vivemos. Constantemente assediadas, sempre colocadas em posições de inferioridade, menosprezadas constantemente. Inclusive uma das coisas que mais gostei no filme é mostrar como isso era o completo oposto na Barbieland, com as Barbies em todas as posições de poder e os Ken, bom, eles eram os Ken. O filme é bom exercício de empatia, então só acha que esse filme é anti homem quem não consegue ver a gama de privilégios que a figura do homem cis tem dentro da sociedade.
É filme não é para crianças?
Sinceramente? Creio que sua filha não verá nada de escandaloso no filme. Alguns contextos do filme não devem ficar muito claro, mas creio que ainda sim ela consiga ter uma boa diversão. Mas em teoria, para você entender o filme bem, você precisa ser um pouco mais velho.
Barbie fere princípios cristãos?
Ahhh gente, e quem liga? Vamos ser sinceros aqui, os valores cristãos só valem para quem quer seguir a religião cristã, e isso nunca deveria ser norte para a sociedade como um todo. Mas respondendo à pergunta, fere sim e fere com gosto, mas provavelmente não o que você tá pensando. Barbie fala muito sobre a não submissão das mulheres diante dos homens e é claro que uma religião que prega uma figura feminina de completa submissão aos homens vai ser atingida em cheio por isso. Isso inclusive é outro grande acerto da trama, obrigado Greta por essa.
A piada com o Snyder é desrespeitosa?
Não, achei ótima. Vejam, pois é boa sim.
Bom, agora que já fiz meu papel de cidadão respondendo as perguntas eu só posso dizer que Barbie é um filme divertido e que com um discurso muito direto, mas sem esquecer que é um filme e por isso não vira um textão do Facebook de 2010 que ninguém lê. As atuações são ótimas, é um filme que não quer criar uma revolução armada como dizem, mas que traz um exercício de empatia para homens sobre os papéis sociais das mulheres e que pode te fazer pensar sobre como o primeiro passo para ajudar na luta das mulheres é pensar nos próprios privilégios, além de tudo isso ainda ser um filme que garante uma boa montanha russa de sentimentos. Recomendo muito.
Uma resposta
Eu pegaria como gancho o momento da “concepção” da Barbie: por um lado “surgia” a pilula anticoncepcional, dando início ao chamado “empoderamento feminino” e noutra ponta os conhecidos efeitos colaterais da alopatia: varizes, numa época que a angiologia tinha pouca literatura médica e um problema de saúde e estética que a mulherada convivia! Barbie surge para trazer o modelo ideal do “feminino”, como um “gas” pela luta do controle da natalidade, amenizando a continuada luta no combate às varizes! O momento era bem tenso! Atualmente, há um paradoxo: um avanço do envelhecimento e o encurtamento, digamos assim, do hetero e do homo: depois da reprodução ou se ela não for objetivo: já “predomina” a homoafetividade! No episódio do troca de esposas dessa semana, a TV Record (Gospel) inseriu o “efeito Barbie”, a adolescente que recebeu a “outra mãe” dizer que adorou a semana por ter tido o “Dia de Princesa/Rainha” em visita ao salão e poder comentar sobre “namoradinhos” e ouvir conselhos de uma mulher!!! Governos e Igrejas sempre irão “defender” o “crescei e multiplicai”, afinal quanto mais consumidores houverem, melhor para arrecadação de “ambos”!!!!