Minha mãe
Com seus mátrios braços
Embalou-me
No mais terno e carinhoso
Dos abraços.
Minha mãe
Ensinou-me
Que muitos não iriam acreditar
Que a senda
Eu pudesse atravessar.
Minha mãe
Com seu elmo e broquel
Sagrou-me
Guerreiro
De tantas andanças
Ainda assim
Me quis menino
Terno, criança.
Minha mãe
Fez de suas dores
Sua mais afiada lança
Mostrou-me mares
Sagrou-me com sua coragem.
Minha mãe
Com seu olhar
Terno, luzente
Âmbar que esplende
Acalanta.
Minha mãe
Com sua terna presença
Me diz
“Filho, não importa
Quão intensa seja a tempestade
Teu coração
Jamais há de naufragar”.
Helena
Lume
Tocha que carrego
Em dias que se foram
Nos que ainda hão de chegar.
Flama que luze
Atravessa a escuridão
E há de sempre me iluminar.
Mavetse Dionysopoulos
Boiçucanga, 06/05/2022
Foto de Kristina Paukshtite no Pexels