Logo pela manhã quando eu despertei
Algo chamou minha atenção,
Não me lembro exatamente o que!
Me parece que foi o sol,
estava brilhando?
Quem sabe chovia, não importa
O importante é, que foi, digo foi
O último dia de minha vida.
Eu vivia a perambular pelas ruas
Da grande São Paulo,
No grande centro, na praça da Sé.
Pelo menos foi assim que você me viu
Carregado de estigmas
Excluído, marginalizado, vagabundo
Bêbado, sujo, louco, coitado e mendigo
Então você! Decidiu resolver a situação
E de forma bem violenta, resolveu
No seu mais elevado grau de intolerância
Matou sete e feriu gravemente oito de nós
Totalizando 15 pessoas
Digo, seres humanos, exatamente igual a você
E hoje eu sou uma estrela a brilhar no infinito
Bem preocupado com a situação
As ruas ainda, continuam sendo moradias
De crianças, jovens, adultos e velhos
Homens e mulheres
Independente de raça, cor e sexualidade
Existem seres humanos vivendo
Na extrema pobreza, na miserabilidade
Seres invisíveis, para este sistema excludente
Este sistema que não respeita a vida do outro
Que não tem seriedade para com o outro
Este sistema de regras injustas
Onde poucos tem muitos
E muitos tem muito pouco.
Foto de capa MART PRODUCTION no Pexels