Como boa e incurável romântica esperançosa que sou, sempre fui extremamente apaixonada por finais felizes. O mocinho que salva o mundo de seu iminente final, a mocinha que finalmente compreende sua paixão pela pessoa que outrora nutria apenas amizade, ou até mesmo a família que recupera a união depois de anos afundada em intrigas e desavenças. Portanto, uma atividade extremamente complicada para mim como tal, é aceitar que nem todos os finais acabam com um “… e viveram felizes para sempre”.
Me dá vontade de pular no pescoço do ser infeliz que ousa apenas mencionar a versão da história da Chapeuzinho Vermelho onde ela e sua avó trágica e definitivamente acabam dentro da pança de um lobo mau-caráter (essa foi para você, Perrault, onde quer que esteja).
Me causa desespero as especulações de mentes perturbadas que pensam em colocar a vida das princesas dos contos de fada pós ponto final como um pesadelo. Relacionamento abusivo por parte dos galantes (agora nem tão galantes assim) príncipes, problemas psicológicos provenientes de traumas depois de anos convivendo com madrastas psicopatas e coisas do tipo. Não! Que deixem para a vida real a ganância e perversidade humana!
E digo mais: história boa é história que acaba em festa, sorrisos, beijos, reconciliações e tudo mais a que um bom final tem direito. E digo mais ainda: se as pessoas levassem mais a sério os contos de fadas, as histórias de amor, se incorporassem a mágica do cinema e da literatura ao seu dia a dia, os finais felizes talvez deixassem de ser uma utopia para integrarem a realidade tão amarga na qual vivemos hoje.
Que Dona Carochinha abençõe aqueles que ousam sonhar, pois são eles quem possuem o poder de mudar o mundo!