Ao(s) amor(es) que nunca tive, mas sinto em meu coração como se já tivesse.
Aos amantes, que já acharam sua cara-metade…
… e aos amantes que, mesmo sem ter encontrado ainda, continuam procurando.
“Querida pessoa que ainda hei de amar:
Fico me perguntando em quais condições nos encontraremos. Será em um dia de chuva torrencial onde, atrasada para o trabalho e alheia ao mundo como sempre, esbarrarei em você levando todos os meus pertences ao chão (aos quais você gentilmente me ajudará a recolher) e após isso caminharemos juntos até o ponto de ônibus em seu guarda-chuva (pois teria esquecido o meu e, coincidentemente, iríamos para o mesmo lugar), onde engataremos em uma longa conversa, descobrindo assim uma infinidade de gostos em comum?
Ou quem sabe nos detestaremos de primeira? Apresentados por um amigo em comum onde, nos três primeiros minutos de conversa, descobriremos não ter absolutamente nada em comum?
Ou ainda em uma viagem em terras gringas, na qual você, absolutamente perdido(a), virá me pedir informação em um “portuglês” engraçado e, rindo, revelarei também ser brasileira?
Uma festa onde havemos de nos perder de nossos respectivos amigos (as únicas pessoas conhecidas), e notando nossa semelhante posição de desconforto começaremos a conversar, decidindo nos conhecer em um lugar menos barulhento (como o barzinho a alguns minutos do local)?
Podemos até já termos nos encontrado por aí, como amigos, colegas ou apenas alguém que frequentou os mesmos lugares que eu por um tempo até que, mais uma vez, eu mudasse de cidade. Como também podemos estar a um estado, um país, um continente de distância. Alaska? Polônia? Uzbequistão?
São incontáveis possibilidades, e a única certeza que tenho é de que iremos nos conhecer (REALMENTE nos conhecer) quando tiver de ser.
As pessoas dizem que é besteira esperar pelo amor. Eu discordo. Acredito que, um dia, hei de encontrá-lo. Encontrarei alguém que será capaz de ultrapassar a afinidade corporal e alcançará a minha alma. Estamos tão acostumados aos relacionamentos fracassados (mesmo que alheios), ao desinteresse das outras pessoas por algo que não o sexo e a dificuldade em encontrar alguém com quem realmente temos uma conexão, que esquecemos do Amor e do Amar. De sermos amados, tocados das mais diversas formas e cores, por fora e por dentro e ainda fazer com que isso seja recíproco.
É muito fácil simplesmente gostar de alguém, mas amar é extremamente difícil. E enquanto isso não acontece, fico aqui a imaginar o como e o quando. Inventando inúmeras histórias com os mais diversos finais. Apaixonando-me cada dia mais pela vida e por mim mesma.
Até algum dia!
Com amor (mas nem tanto)
Ainda não sua
Eu.”
