Não é de hoje que falo sobre os prazeres femininos e a importância que temos que dar a eles. Aproveitando que estamos no mês da mulher, nada melhor do que alguém que realmente tem o poder de fala para esclarecer sobre determinados assuntos relacionados à nossa essência e anatomia. Nenhuma teoria se sustenta sem a prática. Se você não é mulher ou nunca fez uma mulher gozar de verdade, você não entende absolutamente nada sobre nossos corpos, NADA!
Por conta da minha profissão, há anos tenho estudado temas voltados à sexualidade. Durante esses longos anos fiz (faço) a cobertura das principais feiras eróticas do país entrevistando os principais nomes do mercado erótico: (Kid Bengala, Bruna Surfistinha, Evaldo Shiroma, Patrícia Kimberly, Eliana Bertipaglia, Nego Catra, entre outros). Experimento todos os lançamentos para escrever sobre cada um deles. Nos textos “Vamos nos Permitir” e “Para todas as mulheres do mundo” abordo questões sexuais e alguns tabus, como o orgasmo feminino. Sim, mulheres gozam, outras ejaculam – somos plurais.
Já ouviu falar em squirting?! Squirting é a ejaculação feminina (vaginal). Não tem nada a ver com a lubrificação natural da vagina. Ela literalmente libera fluidos vaginais como um esguicho, não tem cheiro e nem cor. Ocorre quando o prazer é muito intenso – antes, durante ou depois do orgasmo. Não existe regra quando lidamos com corpos. Não precisa ter vergonha se acontecer com você. É normal e natural.
Isso não quer dizer que todas teremos essa experiência, mesmo porque nenhum corpo é igual – principalmente nossas vaginas. Anatomicamente falando, existem dezenas de tipos de vaginas e por conta disso virou “moda” a busca desenfreada pela vulva “perfeita” – iguais aquelas de filmes pornôs.
As cirurgias íntimas estão em ascensão, mas existe uma diferença entre reparadora (que repara algum desconforto anatômico) ou estética (para deixá-la com aparência jovial). Claro, que existem algumas situações constrangedoras que afetam diretamente a autoestima. Cada caso é um caso. Quando não é questão estética, ela é prontamente recomendada por especialistas principalmente em casos de dor ou incômodo.
Segundo um levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil é líder em cirurgia íntima feminina. As ninfoplastias deram ao país o primeiro lugar no pódio, com vinte e uma mil cirurgias por ano (21mil) em 2017. Você não leu errado, é isso mesmo. Desde então, não perdeu o posto!
Você sabe quais são os tipos de cirurgias íntimas que existem?! Então vamos lá:
– Ninfoplastia ou Labioplastia – redução dos pequenos lábios. Elimina flacidez causada pelo excesso de pele.
– Lipoaspiração do Monte de Vênus – diminuição da gordura na região púbica conhecida como “capô de fusca”.
– Perineoplastia – reconstrução da musculatura da região pélvica. Indicada em casos de partos naturais sucessivos. Melhora problema de queda de bexiga e incontinência urinária.
– Rejuvenescimento Vaginal – estreitamento do canal vaginal.
– Clareamento Vaginal – ameniza o escurecimento dos lábios vaginais, virilha, grandes lábios e região perianal.
– Clitoriplastia – redução do clitóris.
– Himenoplastia – reconstrução do hímen.
Fico (P) da vida quando vejo homens afirmando que sabem algo sobre nós. Coitados, a maioria não sabe nem onde fica o clitóris. Eu conto ou vocês contam?! (risos)
Em pleno século vinte e um existem mulheres adultas que não conhecem o próprio corpo. Isso é grave! Foi justamente o que aconteceu com Gabriela Martins, participante do BBB20. Ela disse em rede nacional que estava usando um absorvente interno para segurar o xixi. Óbvio, que esse relato deixou milhares de mulheres chocadas.
Infelizmente é a realidade de muitas mulheres que não tiveram conversas sobre sexo em casa e/ou aulas de educação sexual. Simplesmente foram reprimidas, engolidas pelo machismo e patriarcado. Por isso educação sexual é tão importante! Educação sexual não ensina a transar, mas ensina a conhecer o próprio corpo, prevenir doenças, gravidez e como identificar um abuso sexual.
Nossa anatomia é complexa, cheia de tabus e nossa parte é mudar este cenário. Isso é saúde! Mas atenção: nenhuma cirurgia lhe trará de volta a virgindade. Isso não existe! Não deixe que sua vagina se transforme num complexo, muitas vezes o (a) “causador (a)” disso é quem está ao seu lado. Ah, existem mulheres com pênis e homens com vagina, mas essa conversa fica para um outro café. Pense nisso!